A importância da colaboração entre empresas e instituições de ensino na formação de profissionais

Num mundo onde as indústrias estão em constante evolução, as empresas têm um papel muito importante na formação dos futuros profissionais. O ensino superior é, sem dúvida, uma base fundamental que oferece o conhecimento teórico. Contudo, são as experiências práticas que permitem adquirir as competências necessárias para enfrentar os desafios reais do mercado de trabalho.

Tendo isto em conta, acredito que é na colaboração entre as organizações e as instituições de ensino que está o grande poder, pois os estudantes beneficiam do melhor dos dois mundos: a teoria académica e a prática profissional num ambiente real.

Esta ligação entre a teoria e a prática é mais proeminente quando os jovens entram em contacto com os cenários de trabalho reais. Ao integrar estagiários e recém-formados em projetos inovadores, ou mesmo em tarefas do quotidiano, as empresas não só facilitam o desenvolvimento de competências práticas, como também estimulam a capacidade de resolver problemas, trabalhar em equipa e adaptar-se às exigências do setor. No caso da automação e da digitalização industrial, por exemplo, os jovens podem compreender as verdadeiras necessidades da indústria e, a partir daí, traçar um percurso profissional alinhado com essas exigências, desenvolvendo competências que respondem aos atuais desafios.

E, se queremos que os estudantes tenham acesso a estas oportunidades, tudo começa nas parcerias entre as organizações e as instituições de ensino. Na ABB, temos um exemplo concreto do resultado dessa colaboração com a Universidade de Coimbra, conhecido como o “Prémio ABB” que distingue, anualmente, o estudante do mestrado em Engenharia Eletrotécnica e de Computadores da FCTUC, que tenha obtido a classificação mais elevada numa dissertação de mestrado desenvolvida nas áreas de Automação Industrial, Controlo Automático, Robótica, Domótica e Acionamentos/Variação de velocidade.

Além disso, através destas iniciativas, os estudantes têm também a oportunidade de trabalhar em ambientes globais e multiculturais, com acesso a soluções inovadoras e contacto com diferentes mercados.

A verdade é que, ao promover esta troca de experiências e investir em tecnologia, estamos também a acelerar o desenvolvimento de soluções disruptivas e sustentáveis. Desta forma, fortalecemos a capacidade de resposta da indústria nacional, atraímos investimento estrangeiro e estimulamos a criação de valor no país. É esta sinergia entre educação, investigação e aplicação prática que permite Portugal afirmar-se como um polo de inovação competitivo.

E para garantir que estas parcerias tenham um impacto duradouro, é fundamental que os jovens encontrem motivos para permanecer em Portugal e construir uma carreira. Numa altura em que a maioria dos estudantes pondera emigrar após concluir os estudos, como indica uma pesquisa da Federação Académica do Porto, é urgente criar condições que incentivem a sua permanência no país. A oferta de oportunidades de formação prática, de desenvolvimento contínuo, e a criação de um ambiente de trabalho que promova o crescimento pessoal e profissional, são fatores determinantes para reter talento no país. Neste sentido, torna-se essencial investir em parcerias estratégicas que possam, no futuro, abrir portas a uma integração efetiva dos jovens nas empresas e à sucessiva construção de uma carreira sólida.

As parcerias entre empresas e instituições de ensino são, por isso, fundamentais para garantir que os profissionais do futuro estejam bem preparados para enfrentar os desafios de um mercado em constante transformação. Estas colaborações, que impulsionam a inovação, colocam Portugal como referência na ciência e na tecnologia, e também promovem um ecossistema onde a formação e a prática se unem para construir um futuro mais competitivo e inclusivo.