Através da CHIPS Act (em português, Lei CHIPS), o Governo dos Estados Unidos da América (EUA) está a explorar a possibilidade de adquirir participações da Taiwan Semiconductor Manufacturing Company (TSMC), Micron e Samsung, indo além da já conhecida intenção relativamente à Intel.
Aprovada em 2022 e administrada pelo Departamento do Comércio, a Lei CHIPS e Ciência visa impulsionar a produção doméstica de semicondutores por meio de subsídios, financiamento de investigação e incentivos para novas fábricas.
Entretanto, o Governo dos EUA está a ponderar se os subsídios previstos na Lei CHIPS e Ciência, no valor de 52,7 mil milhões de dólares, devem fazer-se acompanhar de participações do governo em empresas líderes no setor de semicondutores.
Conforme informámos, recentemente, duas fontes familiarizadas com as discussões partilharam que o secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, apresentou a ideia com um plano em andamento para adquirir uma participação de 10% da Intel em troca de ajuda federal.
Ainda em fase preliminar, as negociações visam apoiar a expansão das capacidades de fabrico da Intel em solo americano, indo ao encontro de uma estratégia mais ampla de segurança nacional e económica, que considera o setor dos semicondutores fundamental.
O presidente quer colocar as necessidades dos Estados Unidos em primeiro lugar, tanto do ponto de vista da segurança nacional quanto da economia, e é uma ideia criativa que nunca foi feita antes.
Partilhou a secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, numa conferência de imprensa.
Além da Intel, Howard Lutnick levantou a possibilidade o Governo dos EUA alargar a abordagem a outros beneficiários de subsídios, incluindo a Micron Technology, a TSMC e a Samsung Electronics, embora grande parte do financiamento permaneça não distribuída.
A ser concretizada, a iniciativa marcará a primeira vez que os EUA adquirirem participações diretas em grandes fabricantes de tecnologia como parte de uma iniciativa de política industrial.
Embora tenha assegurado publicamente que o Governo norte-americano não influenciaria as decisões comerciais da Intel ou de outras empresas, Lutnick reconheceu, no início deste ano, que tal iniciativa seria sem precedentes.
Bernie Sanders aprova plano de investimento do Governo dos EUA
Depois de o governo ter confirmado que os EUA planeiam comprar 10% das ações da Intel, o senador norte-americano Bernie Sanders manifestou-se favoravelmente sobre o plano altamente incomum, num raro momento de apoio a uma decisão de Donald Trump.
Para Bernie Sanders, à Reuters, “se as empresas de microchips lucrarem com os generosos subsídios que recebem do governo federal, os contribuintes americanos têm direito a um retorno razoável sobre esse investimento”.