Numa carta aos funcionários da Intel, o diretor-executivo da empresa, no cargo desde março, abordou a “desinformação” relativamente às suas funções anteriores. O esclarecimento surgiu, após o Presidente dos Estados Unidos Donald Trump ter pedido a sua demissão e levantado questões éticas.
No comando da Intel desde março, Lip-Bu Tan tem conduzido reestruturações internas e, aparentemente, chamado à atenção do Governo americano.
A exigência de demissão por Donald Trump, sobre a qual informámos, coincidiu com perguntas do senador Tom Cotton, republicano do Arkansas, sobre a ligação do diretor-executivo a empresas chinesas e as potenciais ramificações para a segurança dos Estados Unidos.
A Intel é obrigada a ser uma administradora responsável do dinheiro dos contribuintes americanos e a cumprir os regulamentos de segurança aplicáveis.
Escreveu Cotton, dizendo que “as associações do Sr. Tan levantam questões sobre a capacidade da Intel de cumprir essas obrigações” e destacando um processo criminal na Cadence Design Systems – onde Tan trabalhou durante mais de 10 anos e onde foi diretor-executivo – a envolver o envio ilegal de produtos para a China.
Ao diretor-executivo da Intel, o senador americano perguntou ainda se a empresa o obrigou a liquidar investimentos em fabricantes de chips ligados ao Partido Comunista Chinês.
Diretor-executivo da Intel diz que sempre agiu eticamente
Numa carta aos funcionários da empresa de hardware, citada pela CNBC, Lip-Bu Tan abordou aquilo a que chamou “desinformação” relativa às suas funções anteriores.
Quero ser absolutamente claro: ao longo de mais de 40 anos no setor, construí relações em todo o mundo e em todo o nosso ecossistema diversificado – e sempre agi de acordo com os mais elevados padrões legais e éticos.
Conforme escreveu, a Intel está a trabalhar com a Casa Branca para resolver a situação e apoia a dedicação do presidente em “promover a segurança nacional e económica dos Estados Unidos”.
Além disso, informou que o conselho da Intel “apoia totalmente” o plano de transformação que o ele tem conduzido na empresa.
Perante este cenário, a analista da Bernstein, Stacy Rasgon, considera que a empresa não acredita que Tan esteja em “conflito [de interesses]”. Contudo, as suas ligações à China retratam uma “imagem cada vez pior”, considerando quem está atualmente na Casa Branca.
Na sua perspetiva, “infelizmente, ao contrário de outros diretores-executivos de tecnologia, Lip-Bu não parece ter cultivado o tipo de relação pessoal com Trump que ajudaria a acalmar a sua ira”.