Poucas horas após partilhar que tinha sido entrevistado pela OpenAI, um engenheiro foi contactado pela Meta, a questionar se estaria interessado em trabalhar com a empresa. Estará a Inteligência Artificial (IA) a motivar uma caça aos engenheiros de topo?
Numa entrevista ao Business Insider, Yangshun Tay, um engenheiro de IA, baseado em Singapura, contou sobre o que parece ser uma caça aos engenheiros de topo.
Doze horas após publicar sobre uma entrevista que teve com a OpenAI anteriormente, Tay diz ter recebido um e-mail da Meta a felicitá-lo pela oferta e a perguntar se estaria interessado em trabalhar com eles.
Embora tenha pensado que a empresa não o reconheceu, a verdade é que sabia que o engenheiro, de 35 anos, tinha trabalhado na gigante tecnológica durante mais de cinco anos, antes de sair para criar um negócio próprio, a GreatFrontEnd, uma plataforma para engenheiros front-end se aperfeiçoarem, com cerca de 10 pessoas, hoje em dia.
Conforme relatou ao órgão de comunicação social, Yangshun Tay ficou surpreendido por ter sido contactado, tão rapidamente, pela Meta. Afinal, não tinha experiência em investigação de IA, estando mais familiarizado com a área da engenharia aplicada.
Mesmo para a função na OpenAI, era para engenharia de software: construir o ChatGPT e trabalhar com essas equipas. Por isso, fiquei surpreendido por a Meta estar, também, a contratar para cargos de engenharia de IA.
Explicou Tay, acrescentando que não planeia voltar para a Meta, uma vez que considera que a empresa não está a liderar a corrida, neste momento, “mesmo tendo feito muitas contratações de alto nível”.
Citando o engenheiro, “simplesmente não estou muito otimista relativamente à Meta depois de trabalhar lá por mais de cinco anos”.
Avanço da IA depende só de “algumas pessoas de excelência”
Na sua perspetiva, além de pouco otimista relativamente à estratégia da Meta para a IA, explorar conhecimento na área da IA para outras empresas pode ser um erro.
O custo de oportunidade de ser um funcionário é bastante alto, porque a IA está a evoluir muito rapidamente. Ao ser um funcionário e criar ideias para outra pessoa, estamos a perder a oportunidade de criar um produto que poderia tornar-se muito grande.
Disse Tay, contando que “a Meta está disposta a pagar tanto pelos melhores talentos”, pois, com base na sua experiência, “o avanço da IA depende realmente de descobertas feitas por apenas algumas pessoas; […] não são necessárias muitas pessoas; apenas algumas pessoas inteligentes e de excelência para ter avanços importantes e um impacto extremamente desmedido”.
De facto, o engenheiro partilhou que “o contexto de recrutamento atual não se compara ao que experimentei durante os meus anos na Meta”. Segundo ele, “os salários eram ótimos naquela altura, mas não se comparam ao que a Meta paga atualmente por talentos em IA”.
Aquando da publicação sobre a entrevista com a OpenAI, não foi apenas a Meta que procurou Yangshun Tay. Conforme disse, “várias outras empresas, principalmente empresas menores das quais eu nunca tinha ouvido falar, enviaram cold e-mails“.
