
“O contrato de que fala a doutora Alexandra Leitão é um contrato de manutenção que vem de uma Administração [da Carris] anterior a esta. Portanto, uma Administração nomeada pelo PS, que era um contrato de 900 mil euros. Fizemos um contrato 30% acima para o elevador da Glória, fez a Carris, de 1,2 milhões de euros. Esse contrato, subindo 30%, não teve sequer candidatos. Então foi adjudicada a essa empresa por um valor ainda mais alto. E portanto é mais de 30% de aumento, com o novo contrato”, declarou Carlos Moedas, no debate desta noite (15 de setembro) entre quatro candidatos à Presidência da Câmara Municipal de Lisboa, emitido na SIC Notícias.
De facto, o contrato por ajuste direto que foi estabelecido no dia 20 de agosto de 2025 (pode consultar aqui) entre a Carris e a empresa MNTC – Serviços Técnicos de Engenharia, visando a “aquisição de serviços de manutenção dos ascensores da Bica, Lavra e Glória e do elevador de Santa Justa”, por um valor global de cerca de 221 mil euros, prevê um aumento da despesa com a manutenção.
Mais especificamente, na componente de “assistência permanente, serviços de manutenção preventiva, preditiva, curativa e corretiva (que inclui deslocação, mão-de-obra e materiais)”, determina o pagamento de cinco prestações mensais de 40 mil euros.
Nos dois contratos anteriores, essa prestação mensal baixou de 24.115 euros entre Agosto de 2019 e Agosto de 2022 para 23.653 euros entre Agosto de 2022 e Agosto de 2025. Uma diminuição de cerca de 2%, seguindo-se entretanto um aumento de 69% com o ajuste direto.
Esse ajuste direto foi uma solução de recurso, extraordinária, de forma a não interromper os serviços de manutenção (o contrato em vigor caducou em Agosto de 2025), após a anulação de um concurso em que os candidatos apresentaram propostas acima do preço-base (neste ponto, importa salientar que Moedas não foi rigoroso ao dizer simplesmente que “não teve sequer candidatos”).
Em suma, Leitão referia-se ao balanço do mandato de Moedas, entre 2021 e 2025, sem incluir nas suas contas o contrato por ajuste direto firmado já em Agosto de 2025 e que, aliás, tem um prazo de execução de apenas cinco meses. Por sua vez, Moedas focou-se exclusivamente no contrato por ajuste direto, atribuindo a responsabilidade dos anteriores a uma “Administração [da Carris] nomeada pelo PS”. Mas importa ter em conta a diminuição do valor despendido na manutenção entre 2022 e 2025.
_______________________________
Avaliação do Polígrafo: