
O presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, está este domingo à noite no Jornal da Noite da SIC, numa entrevista sobre o acidente no Elevador da Glória.
Em entrevista na SIC, o autarca diz que só se demite se provarem que houve um erro político, ou seja, que teve influência numa possível falta de manutenção do ascensor que provocasse o trágico acidente.
“Se houver responsabilidade política, se alguém provar que houve um erro político, eu demito-me”, admite.
Presidente Marcelo defende que haja responsabilidade política
O Presidente da República considera que Carlos Moedas tem responsabilidade política sobre o acidente. No entanto, a um mês das eleições autárquicas, Marcelo Rebelo de Sousa considera que devem ser os eleitores a pronunciar-se.
Na primeira reação depois da divulgação da nota informativa sobre a tragédia em Lisboa, Marcelo Rebelo de Sousa sublinha que ainda há muitas dúvidas por esclarecer, incluindo o motivo para o cabo se ter soltado, para a redundância não ter funcionado e sobre o facto de não ter sido possível detetar a falha na inspeção visual sem desmontagem
Por outro lado, a SIC sabe que o presidente da Carris, Pedro de Brito Bogas, colocou o lugar à disposição no dia do acidente no Elevador da Glória, mas Carlos Moedas não aceitou.
O descarrilamento do Elevador da Glória provocou 16 mortos e mais de 20 feridos.
Relatório confirma que cabo do Elevador da Glória cedeu e guarda-freios acionou travões
O primeiro relatório sobre o acidente comprova o que já se suspeitava: o cabo que unia as duas cabinas cedeu, mas acrescenta que o guarda-freios acionou de imediato os travões.
De acordo com o relatório, as cabinas não teriam percorrido mais de seis metros quando perderam “subitamente a força de equilíbrio pelo cabo de ligação que as une”.
De imediato, o guarda-freios do veículo “acionou o freio pneumático bem como o freio manual”, contudo, as ações “não tiveram efeito em reduzir a velocidade do veículo”, que ganhou velocidade e terá sofrido o primeiro embate a cerca de 60 km/h. Estes eventos decorreram em menos de 50 segundos.
No relatório, os especialistas indicam ainda que os freios “não têm a capacidade suficiente para imobilizar as cabinas em movimento sem estas terem as suas massas em vazio mutuamente equilibradas através do cabo de ligação”. Desta forma, “não constitui um sistema redundante à falha dessa ligação”.
Sobre a manutenção do equipamento, a nota informa que, segundo as evidências observadas até ao momento, esta estava em dia. Confirma também que na manhã do dia do acidente havia sido realizada uma inspeção visual programada. No entanto, sublinham que a zona onde o cabo cedeu “não é passível de visualização sem desmontagem”.
Artigo em atualização.