A Administração Trump está a negociar com a fabricante de “chips” Intel a possibilidade de o Governo federal dos EUA entrarem no capital da empresa, ajudando a Intel a reforçar a produção em solo americano, avança esta quinta-feira a Bloomberg citando fontes próximas do tema.
A operação, caso se concretize, visaria dar maior escala ao “hub” de produção que a Intel tem planeado para o estado do Ohio. A empresa tinha anteriormente prometido tornar esse “hub” na maior instalação de produção de semicondutores do mundo. O projeto, contudo, tem sido sucessivamente adiado. O Ohio votou maioritariamente em Trump nas três eleições presidenciais em que este concorreu e o vice-presidente, JD Vance, foi senador por este estado.
Não é ainda claro qual seria a fatia de capital da empresa que passaria para as mãos do Governo, indica a mesma fonte.
O plano, referem as mesmas fontes, surgiu após a reunião desta semana entre o Presidente norte-americano, Donald Trump, e o CEO da Intel, Lip-Bu Tan. Na semana anterior, Trump tinha instado o presidente-executivo da Intel a demitir-se por “conflito de interesses” devido a “ligações com a China”.
Contactada, a Intel recusou comentar eventuais negociações. Em comunicado, um porta-voz da empresa disse que esta está “profundamente empenhada em apoiar os esforços do Presidente Trump de fortalecer a liderança tecnológica e de produção dos EUA”.
“Estamos entusiasmados em continuar o nosso trabalho com a Administração Trump para fazer avançar estas prioridades que partilhamos, mas não vamos comentar rumores ou especulação”, acrescentou.
Um acordo daria mais músculo financeiro à Intel, numa altura em que a empresa tem cortado nas despesas e eliminado empregos.
O setor tecnológico tem estado no radar de Trump, que recentemente alcançou um acordo para que a Nvidia e a AMD paguem aos EUA 15% das vendas de alguns dos seus “chips” para a China.
Após a notícia da Bloomberg, as ações da Intel dispararam mais de 7%, para máximos desde abril.
