A transição para a inteligência artificial (IA) nas grandes empresas tecnológicas está a gerar tensões internas, e a Coinbase é o mais recente exemplo. O seu CEO, Brian Armstrong, confirmou o despedimento de engenheiros que se recusaram a adotar as novas ferramentas.
CEO da Coinbase revela despedimentos em podcast
Brian Armstrong, o diretor executivo da Coinbase, revelou publicamente que despediu alguns engenheiros da sua equipa por estes se recusarem a utilizar, ou sequer experimentar, as novas ferramentas de IA que a empresa está a implementar. A revelação foi feita durante a sua participação no podcast “Cheeky Pint”, de John Collison.
Sendo uma das principais plataformas de criptomoedas a nível mundial, a Coinbase procura manter-se na vanguarda da inovação, atualizando os seus sistemas e processos com as mais recentes tecnologias disponíveis. No entanto, a adoção da IA ainda é um processo em curso na indústria, e a resistência à mudança é uma realidade, como se verificou internamente com alguns dos seus próprios colaboradores.
Durante a conversa, Armstrong explicou que a empresa realizou um grande investimento na adoção da IA, chegando a adquirir licenças para todos os seus engenheiros. Apesar deste esforço, foi informado de que a integração de metade da equipa de engenharia poderia demorar vários meses. O CEO confessou ter ficado “chocado” com esta previsão e decidiu agir por conta própria para acelerar o processo.
Numa atitude que descreveu como “radical”, Armstrong publicou uma mensagem no principal canal de Slack da engenharia da empresa, sublinhando que “a IA é importante” e que esperava que todos os colaboradores se empenhassem em aprender e a integrar a tecnologia no seu trabalho diário.
Uma abordagem “agressiva” para acelerar a transição para a IA
Numa tentativa de dar uma oportunidade aos mais céticos, o CEO organizou uma reunião para os colaboradores que demonstravam resistência. Durante este encontro, alguns apresentaram motivos compreensíveis para o atraso na adoção, como o facto de terem regressado recentemente de férias.
Contudo, outros engenheiros ofereceram justificações que Armstrong considerou inaceitáveis para a sua recusa em integrar a IA no seu fluxo de trabalho. Foi essa resistência, que o CEO classificou como irracional, que levou ao seu despedimento. Armstrong admitiu que a sua abordagem foi “agressiva” e que não foi consensual dentro da própria Coinbase.
De acordo com o relato do CEO, e confirmado pela TechCrunch, o número de profissionais despedidos foi reduzido, tratando-se apenas de “um pequeno grupo”.
Apesar desta controvérsia interna, a Coinbase continua a ser uma das maiores e mais influentes plataformas de troca de criptomoedas do mundo. A empresa tem vindo a reforçar a sua posição no mercado, tendo integrado recentemente o Apple Pay nos seus sistemas para facilitar a compra de Bitcoin e outras criptomoedas.
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