Empresas de Inteligência Artificial (IA) da China anunciaram duas novas alianças industriais, com o objetivo de desenvolver um ecossistema doméstico para reduzir a dependência de tecnologia estrangeira, particularmente daquela fornecida pelos Estados Unidos, à qual se viram impedidas de aceder.
Com o objetivo de desenvolver um ecossistema doméstico para reduzir a dependência de tecnologia estrangeira, empresas de IA da China anunciaram duas novas alianças industriais.
Nos últimos anos, o país tem procurado lidar com as restrições de exportação dos Estados Unidos sobre semicondutores avançados da NVIDIA, importantes para o crescimento das suas empresas em matéria tecnológica e, em particular, de IA.
Os anúncios coincidiram com a Conferência Mundial de Inteligência Artificial, realizada anualmente em Xangai. O evento de 2025 terminou esta segunda-feira.
Empresas da China criam alianças para se reforçarem
Primeiro, a “Aliança para a Inovação do Ecossistema de Modelos e Chips”, que reúne desenvolvedores chineses de grandes modelos de linguagem (em inglês, LLM) e fabricantes de chips de IA.
De acordo com Zhao Lidong, diretor-executivo da Enflame, uma das fabricantes de chips que integra a primeira aliança, “este é um ecossistema inovador que conecta toda a cadeia tecnológica, desde chips a modelos e infraestrutura”.
Outras fabricantes de unidades de processamento gráfico (em inglês, GPU) que integram a aliança incluem a Huawei, Biren e Moore Threads. Devido às sanções impostas pelos Estados Unidos, estas empresas viram-se impedidas de comprar tecnologia desenvolvida com o know-how americano.
Depois, o Comité de IA da Câmara Geral de Comércio de Xangai, uma segunda aliança que procura “promover a integração profunda da tecnologia de IA e a transformação industrial”.
Entre os integrantes estão a SenseTime, que passou de desenvolver tecnologia de reconhecimento facial para os LLM, a StepFun, e outro desenvolvedor de LLM, a MiniMax. A estes juntam-se fabricantes de chips, como a Metax e a Iluvatar CoreX.
Além das novas alianças, a conferência foi palco da apresentação de uma série de novos produtos, como um sistema de computação de IA da Huawei que, segundo especialistas, rivaliza com a oferta mais avançada da NVIDIA; e produtos voltados para o consumidor, como óculos inteligentes com IA.