China no século XXII? Robôs no metro já são realidade em Shenzhen (com vídeo)

Enquanto no Porto e em Lisboa é proibido circular com trotinetes elétricas nas estações de metro, ou entrar nelas em funcionamento, na China os robôs autónomos já viajam como passageiros comuns.

Ilustração de robôs de logística no metro em Shenzhen, na China


A cidade de Shenzhen, um dos maiores centros tecnológicos do país, está a testar um sistema logístico inovador: mais de 40 robôs autónomos circulam pelas linhas de metro para entregar encomendas em lojas 7-Eleven situadas nas estações.

Estes robôs, desenvolvidos pela VX Logistics (empresa ligada à gigante imobiliária Vanke, que é também coproprietária do metro de Shenzhen), possuem sensores LiDAR, inteligência artificial para navegação autónoma e capacidade de transporte até 130 kg.

São capazes de subir e descer elevadores sem assistência humana, movimentando-se sozinhos por uma rede que serve cerca de nove milhões de passageiros por dia.

Resposta tecnológica a um problema logístico

Segundo Li Yanyan, gerente de uma das lojas 7-Eleven, os métodos tradicionais obrigavam os estafetas a descarregar a mercadoria à superfície e a transportá-la manualmente até às lojas nas estações.

Com os robôs, o processo torna-se mais eficiente e cómodo, embora ainda não se saiba que impacto terá sobre os trabalhadores humanos.

A presença destes robôs é ainda limitada às horas de menor movimento, dado o seu tamanho e velocidade relativamente reduzida. No entanto, o projeto-piloto está a ser monitorizado com o objetivo de aperfeiçoar o desempenho das máquinas com base na experiência real.

China lidera a robótica do quotidiano

O que antes parecia ficção científica começa a fazer parte da vida urbana. Desde robôs humanoides, cães-guia eletrónicos e até robôs futebolistas, a China está a integrar estas soluções tecnológicas no dia a dia das cidades.

Shenzhen, com cerca de mil empresas ligadas à robótica (18 delas dedicadas à robótica humanoide), afirma-se como um dos motores globais desta revolução.

Os robôs do metro, com o seu “rosto” animado e amigável, não passam despercebidos aos passageiros, que reagem com curiosidade e espanto. Mas, acima de tudo, representam um passo significativo na automatização inteligente da logística urbana.

Este tipo de tecnologia, na grande parte do planeta, só chegará no próximo século… se chegar!