Enquanto no Porto e em Lisboa é proibido circular com trotinetes elétricas nas estações de metro, ou entrar nelas em funcionamento, na China os robôs autónomos já viajam como passageiros comuns.
A cidade de Shenzhen, um dos maiores centros tecnológicos do país, está a testar um sistema logístico inovador: mais de 40 robôs autónomos circulam pelas linhas de metro para entregar encomendas em lojas 7-Eleven situadas nas estações.
Estes robôs, desenvolvidos pela VX Logistics (empresa ligada à gigante imobiliária Vanke, que é também coproprietária do metro de Shenzhen), possuem sensores LiDAR, inteligência artificial para navegação autónoma e capacidade de transporte até 130 kg.
São capazes de subir e descer elevadores sem assistência humana, movimentando-se sozinhos por uma rede que serve cerca de nove milhões de passageiros por dia.
Resposta tecnológica a um problema logístico
Segundo Li Yanyan, gerente de uma das lojas 7-Eleven, os métodos tradicionais obrigavam os estafetas a descarregar a mercadoria à superfície e a transportá-la manualmente até às lojas nas estações.
Com os robôs, o processo torna-se mais eficiente e cómodo, embora ainda não se saiba que impacto terá sobre os trabalhadores humanos.
A presença destes robôs é ainda limitada às horas de menor movimento, dado o seu tamanho e velocidade relativamente reduzida. No entanto, o projeto-piloto está a ser monitorizado com o objetivo de aperfeiçoar o desempenho das máquinas com base na experiência real.
China lidera a robótica do quotidiano
O que antes parecia ficção científica começa a fazer parte da vida urbana. Desde robôs humanoides, cães-guia eletrónicos e até robôs futebolistas, a China está a integrar estas soluções tecnológicas no dia a dia das cidades.
Shenzhen, com cerca de mil empresas ligadas à robótica (18 delas dedicadas à robótica humanoide), afirma-se como um dos motores globais desta revolução.
Os robôs do metro, com o seu “rosto” animado e amigável, não passam despercebidos aos passageiros, que reagem com curiosidade e espanto. Mas, acima de tudo, representam um passo significativo na automatização inteligente da logística urbana.
Este tipo de tecnologia, na grande parte do planeta, só chegará no próximo século… se chegar!