Com a Inteligência Artificial (IA) a alterar o método de trabalho de muitos profissionais, a Google procurou perceber de que forma a tecnologia está – ou pode vir – a “reformular” a indústria dos videojogos, inquirindo aqueles que os criam e desenvolvem.
Uma nova investigação, conduzida pela Google Cloud e pela The Harris Poll e publicada em 18 de agosto de 2025, perguntou a 615 desenvolvedores de jogos nos Estados Unidos, Coreia do Sul, Noruega, Finlândia e Suécia sobre o estado atual da IA na indústria, bem como o seu potencial futuro.
Realizado no final de junho e início de julho deste ano, o inquérito concluiu que o criadores de videojogos concordam “em grande parte” que a IA está “a ter uma influência positiva numa ampla gama de esforços criativos, ambientes de negócios e fluxos de trabalho internos”.
De tal forma, que mais de 90% dos inquiridos afirmou que a tecnologia está “a ajudar numa série de desafios, incluindo impulsionar a inovação e melhorar a experiência do jogador”.
Segundo a própria Google Cloud, na introdução do documento que dá conta do estudo, a indústria dos jogos está a atravessar mudanças profundas, com os custos de desenvolvimento mais altos, os mercados tendencialmente mais saturados e os jogadores a optarem pelos conteúdos antigos.
IA está a transformar a indústria dos videojogos
Segundo o estudo, 97% dos inquiridos afirmaram que a IA generativa está a “remodelar” a indústria dos jogos, 95% afirmaram que está a “reduzir tarefas repetitivas nos fluxos de trabalho” e 94% afirmaram que está a “impulsionar a inovação”.
Além disso, a investigação concluiu o seguinte:
- 47% dos inquiridos referiram que a IA está a acelerar os testes de jogo e o equilíbrio da mecânica;
- 45% afirmaram que a IA ajuda na localização e tradução do conteúdo do jogo;
- 44% afirmaram que a IA melhora a geração de código e o suporte de scripting.
Além disso, 89% dos programadores acreditam que a integração da IA está a “mudar as expectativas dos jogadores”, com 37% a referir que descobriram que os jogadores procuram “experiências mais realistas”.
Mais, 40% dos entrevistados consideram os motores de jogos impulsionados por IA e a IA para equilibrar a jogabilidade como as tendências mais promissoras, seguidos por testes e controlo de qualidade impulsionados por IA, com 36%.
Depois, o relatório observou que “os desenvolvedores de jogos enfrentam alguma hesitação relativamente à adoção da IA geral, principalmente devido aos direitos de propriedade e dados”: 63% dos expressaram preocupações sobre a propriedade dos dados, 35% sobre a privacidade dos dados dos jogadores, 32% sobre o licenciamento pouco claro e 32% sobre a propriedade do conteúdo gerado por IA.
A Google Cloud descobriu, também, que a IA mudou a composição das equipas:
- 62% dos inquiridos afirmam que surgiram novas funções centradas na IA;
- 56% dos inquiridos afirmaram que as funções existentes “evoluíram” para incluir tarefas relacionadas com a IA.
De acordo com a investigação, os maiores obstáculos à adoção da IA são a “dificuldade em medir o sucesso das implementações de IA” (25%) e o “custo da integração da IA” (24%).
Ainda assim, 94% dos inquiridos esperam que a IA reduza os custos gerais de desenvolvimento a longo prazo (em três ou mais anos) e 40% afirmaram que está a “criar novos modelos ou estratégias de negócio”.
Segundo o relatório, que pode ser consultado aqui, “no geral, a investigação constatou uma adoção generalizada da IA na indústria dos jogos – e um nível surpreendente de otimismo relativamente à mesma”.
Além disso, “embora os desenvolvedores levantem preocupações importantes sobre questões de propriedade intelectual e propriedade de conteúdos gerados por IA, o feedback geral sobre como a IA pode impactar a indústria de jogos como um todo é positivo”.