
O presidente executivo (CEO) da EDP Renováveis (EDRP), Miguel Stilwell d’Andrade, garantiu hoje que a empresa, que tem uma parte importante da sua atividade nos EUA, espera um “impacto limitado” das tarifas no seu negócio.
Durante uma apresentação a analistas, após a divulgação esta manhã dos resultados do primeiro semestre da EDPR, o CEO deu conta das expectativas para o mercado, poucos dias depois do acordo entre os EUA e a União Europeia, para tarifas de 15% sobre os produtos europeus.
“Temos um impacto limitado das tarifas porque contamos com uma cadeia de fornecimento quase toda baseada nos EUA”, referiu, indicando que a empresa já redirecionou a sua atividade para aquele país.
Com isso “mitigamos significantemente” o risco, destacou.
Ainda assim, a EDPR poderá ver-se confrontada com custos superiores nos EUA no futuro, devido a alterações nos créditos fiscais de que hoje beneficia, planeadas pela administração de Donald Trump.
“Estamos bem posicionados para 2026 e 2027”, assegurou, explicando que a EDPR conta com cerca de 1,5 gigawatts ainda ao abrigo da antiga legislação e que “podem entrar em serviço até dezembro de 2028”.
“Depois disso estamos a trabalhar para mais capacidade”, destacou.
Entre outras coisas, Miguel Stilwell d’Andrade deu ainda conta dos esforços levados a cabo para a eficiência, incluindo através de uma restruturação interna, que passa pela redução de pessoal. No final do primeiro semestre, a empresa contava com 2.883 empregos, face a 2.935 no período homólogo.
A EDPR teve lucros de 93 milhões de euros no primeiro semestre do ano, menos 56% em termos homólogos (210 milhões), segundo informação da empresa divulgada hoje pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
O EBITDA (resultados antes de impostos, juros, amortizações e depreciações) foi de 948 milhões nos primeiros seis meses, face aos 960 milhões alcançados no mesmo período do ano passado.
Contudo, o EBITDA recorrente manteve-se inalterado, nos 960 milhões de euros.
A dívida líquida totalizou 9.004 milhões de euros, o que representa um aumento de 726 milhões de euros face a dezembro de 2024.
A EDP Renováveis, que tem sede em Madrid, é uma empresa subsidiária e detida maioritariamente pelo Grupo EDP (Energias de Portugal), operando no domínio das energias renováveis.
No ano passado, teve resultados líquidos negativos, com 556 milhões de euros de prejuízos, que justificou com impactos negativos de “itens não recorrentes” de 777 milhões de euros.