Egito acolhe conferência sobre reconstrução de Gaza após cessar-fogo

“O Egito acolherá, assim que for alcançado um cessar-fogo, uma conferência internacional sobre a reconstrução da Faixa de Gaza para mobilizar os fundos necessários para o plano de reconstrução árabe-islâmico”, sublinhou, durante uma conferência sobre a solução de dois Estados na sede da ONU em Nova Iorque.

Na mesma conferência, o presidente da Autoridade Palestiniana, Mahmud Abbas, insistiu hoje, perante as Nações Unidas, que o Hamas deve entregar as armas e condenou os ataques do movimento islamita palestiniano contra Israel em 07 de outubro de 2023.

“O Hamas não terá qualquer papel no governo, o Hamas e outras fações devem entregar as suas armas à Autoridade Palestiniana”, insistiu Mahmud Abbas, que interveio via vídeo na conferência de alto nível sobre a solução dos dois Estados, copresidida por França e Arábia Saudita, após a administração norte-americana lhe ter recusado visto para entrar nos Estados Unidos.

Israel acusa há quase dois anos os responsáveis palestinianos de não condenarem esses ataques.

Na sua intervenção, o líder da Autoridade Palestiniana, no poder em partes da Cisjordânia, comprometeu-se com a realização de eleições presidenciais na Palestina “um ano após o fim da guerra” atual de Israel contra a Faixa de Gaza, que serão seguidas por uma nova Constituição provisória.

A Palestina não realiza eleições desde 2005, na Cisjordânia, e 2006, no caso de Gaza, controlada pelo Hamas.

Antes, o presidente francês, Emmanuel Macron, abriu a conferência com o anúncio de que Paris reconhece oficialmente o Estado da Palestina, gerando fortes aplausos das delegações, com a palestiniana a aplaudir de pé, enquanto a israelita esteve ausente.

No âmbito desta conferência, aguarda-se o reconhecimento por parte de Andorra, Bélgica, Luxemburgo, Malta e São Marino.

Na véspera do encontro na ONU, Portugal, Reino Unido, Canadá e Austrália reconheceram formalmente o Estado da Palestina.

O ataque do Hamas em 07 de outubro de 2023 causou 1.219 mortos em Israel, na maioria civis, enquanto a ofensiva militar israelita em Gaza já provocou 65.344 mortos, também sobretudo civis, de acordo com o Ministério da Saúde controlado pelo Hamas, cujos números são considerados credíveis pela ONU.

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