
O número de funcionários públicos voltou a aumentar, fixando-se no final do segundo trimestre deste ano, ultrapassando, pela primeira vez, os 760 mil trabalhadores, de acordo com os dados divulgados pela Direção-Geral da Administração e do Emprego Público (DGAEP), divulgados nesta quinta-feira, 14 de agosto. Tal como o Negócios já noticiou, a evolução do emprego público parece seguir indiferente à regra estabelecida pelo Governo para estabilizar o número de funcionários públicos, de uma entrada por cada saída.
Face ao período homólogo de 2024, verifica-se uma subida de 1,5%. Comparando com o primeiro trimestre deste ano, há uma ligeira aceleração de 0,2%. Assim, o primeiro semestre fecha com 760.728 trabalhadores. Face ao período homólogo, o aumento do emprego público resultou do “crescimento na administração central (+7.483 postos de trabalho) e na administração local (+4.705 postos de trabalho), já que nas administrações regionais dos Açores e da Madeira e nos Fundos da Segurança Social registaram-se reduções de emprego (-688, -188 e -282 postos de trabalho, respetivamente)”, refere a síntese da DGAEP.
Em termos de carreiras, o organismo responsável pelo emprego público refere que “contribuíram, essencialmente, as carreiras de técnico superior (+4.625 postos de trabalho), de assistente operacional (+1.617), de enfermeiro (+1.126) e de assistente técnico (+959).”
Desagregando por níveis de administração, a DGAEP refere que “na administração central, o aumento homólogo (1,3%) teve origem sobretudo nas áreas governativas da Saúde (+3.656 postos de trabalho, dos quais 1.258 na carreira de enfermeiro, 667 na carreira de técnico de diagnóstico e terapêutica e 606 na carreira de assistente técnico) e da Educação, Ciência e Inovação (+3.019 postos de trabalho, dos quais 1.125 na carreira de educadores de infância e docentes do ensino básico e secundário, 829 na carreira de assistente operacional e 652 na carreira de técnico superior).”
Já na administração local a variação homóloga positiva (+3,4%) resultou principalmente do “aumento de emprego público nos municípios e nas freguesias. Nos municípios, o acréscimo de 3.837 postos de trabalho resultou sobretudo de mais trabalhadores nas carreiras de técnico superior, assistente técnico e assistente operacional. Nas freguesias, o maior contributo para o aumento de 652 postos de trabalho foi dado pela carreira de assistente operacional.”
Salário médio volta a acelerar
Quanto ao ganho médio, que engloba todos os subsídios, suplementos e pagamento de horas extraordinárias, avançou 6,9% para 2.223,7 euros em abril, “correspondendo a uma variação trimestral de 2,6% e a uma variação homóloga de 6,9%”, explica a DGAEP. A explicar a variação homóloga está o “aumento da remuneração base média mensal, bem como da maioria das restantes componentes do ganho (como suplementos regulares e pagamentos por horas suplementares ou extraordinárias)”.
“Este crescimento é resultado da conjugação de vários fatores, tais como: a atualização do valor do salário mínimo para 870 euros e do valor da base remuneratória para 878,41 euros, a aplicação das medidas de valorização remuneratória aprovadas para os trabalhadores em funções públicas e a entrada e saída de trabalhadores com diferentes níveis remuneratórios.”, detalha a Direção-geral.
Olhando para a média do salário base, por referência ao mês de abril, o “valor da remuneração dos trabalhadores a tempo completo no setor das administrações públicas situava-se em 1.863,4 euros, correspondendo a uma variação global média de 3%, face a janeiro de 2025, e a uma variação homóloga de 6,4%”, indica a DGAEP.
Notícia atualizada às 18:50 com mais informação