
A conferência sobre a solução de dois Estados, na qual França e Luxemburgo, entre outros países, reconheceram o Estado da Palestina, “não é o fim do caminho, é apenas o princípio”, frisou Sánchez.
“O Estado da Palestina deve ser membro da ONU”, sublinhou, apesar de os Estados Unidos bloquearem esta adesão plena.
Sánchez apelou para que a comunidade internacional não olhe para o lado e tome medidas imediatas para pôr fim ao que classificou como um genocídio que Israel está a perpetrar em Gaza.
“Em nome da razão, em nome do direito internacional, em nome da dignidade humana, devemos pôr fim a este massacre agora”, vincou o primeiro-ministro espanhol aos restantes líderes participantes no fórum.
Apresentando duas propostas, na primeira Sánchez defendeu que a Palestina deve tornar-se membro de pleno direito da ONU.
Fez ainda um apelo à adoção imediata de medidas “para pôr fim à barbárie e tornar a paz possível”.
Espanha está a tomar medidas nesse sentido, e Sánchez recordou a implementação de um plano com nove medidas para travar o que considera um genocídio em Gaza, incluindo um decreto-lei real que consolida o embargo de armas a Israel, que será ratificado hoje pelo Conselho de Ministros.
“Continuaremos a tomar medidas ousadas com aqueles que desejam aderir, porque Gaza precisa disso”, enfatizou.
Para Sánchez, se o reconhecimento do Estado Palestiniano é urgente, é ainda mais urgente que exista um povo palestiniano nesse Estado, mas alertou que esse povo está a ser aniquilado.
Por isso, interpretou esta conferência como um passo crucial no sentido da solução de dois Estados, mas insistiu que a população de um desses Estados está a ser vítima de genocídio.
Afirmou ainda que esta reunião é um ato de rebelião moral face à indiferença e ao abandono e, por isso, pediu que fosse um compromisso coletivo para travar a barbárie e abrir caminho à paz, porque a conferência de hoje sublinhou que não é um fim, mas apenas o princípio.
“A história julgar-nos-á. E o seu veredicto será implacável para com aqueles que permaneceram em silêncio ou ignoraram a barbárie. Assumamos a posição da racionalidade, da diplomacia, do respeito pelo direito internacional e pelo direito internacional humanitário, do bom senso e do humanitarismo mais básico”, instou aos restantes dirigentes.
Andorra, Bélgica, Luxemburgo e Malta anunciaram na segunda-feira o reconhecimento do Estado Palestiniano durante a conferência de alto nível sobre a solução dos dois Estados, copresidida por França e Arábia Saudita na sede das Nações Unidas, em Nova Iorque.
Momentos antes, na mesma conferência, França reconheceu igualmente o Estado da Palestina, uma decisão para promover a paz entre israelitas e palestinianos, anunciou o Presidente francês, Emmanuel Macron, perante as Nações Unidas.
Na véspera do encontro na ONU, Portugal, Reino Unido, Canadá e Austrália reconheceram formalmente o Estado da Palestina.
Entre os países que não reconhecem o Estado da Palestina encontram-se os Estados Unidos, a Alemanha, o Japão ou os Países Baixos que defendem que tal passo político e diplomático deve ser feito em acordo com Israel.