
Uma grande penalidade convertida por Pavlidis deu os primeiros três pontos ao Benfica na sua estreia na I Liga, em jogo da 2.ª ronda da prova, diante do Estrela da Amadora, disputado esta noite. Três épocas depois, o Benfica volta a vencer na estreia na I Liga.
Os Encarnados somam os primeiros pontos, mas não levam muito para celebrar da Reboleira, já que os da casa tiveram as melhores oportunidades, mas pecaram na finalização.
Na 4.ª feira o Benfica terá de dar muito mais quando se deslocar a Turquia para medir forças com o Fenerbahçe de José Mourinho, na 1.ª mão do play-off de acesso à fase liga da Champions 2025/26.
FOTOS: O Estrela da Amadora vs Benfica em imagens
Minuto de silêncio por Fernando Cruz e Joaquim Oliveira e solidariedade para com Cabo Verde
Com pouco tempo para fazer uma pré-época decente, o Benfica de Bruno Lage vai tentando cimentar as ideias de jogo… nos jogos. Por isso, o treinador tem utilizado quase sempre o mesmo onze, para consolidar processos e tentar uma integração imediata dos reforços.
A estreia dos vice-campeões na I Liga (o jogo da 1.ª jornada com o Rio Ave foi adiado para setembro devido aos jogos com o Nice, da 3.ª pré-eliminatória da Champions) teve uma equipa muito diferente da do ano passado: os centrais e o guarda-redes são os mesmos, mas os laterais são diferentes (há Dahl e Dedic, em vez de Tomas Araújo ou Bah e Alvaro Carreras), a zona intermédia sofreu uma revolução com dois novos jogadores no onze – Enzo Barrenechea e Richard Rios em vez de Aursnes, Florentino e Kokçu -, num esquema que passou para o 4-4-2, com a integração de Ivanovic ao lado de Pavlidis e a promoção de Schjelderup a titular, com Aursnses a ser médio direito esta época.
Um Benfica diferente, à procura do mesmo objetivo: ser campeão nacional.
O jogo teve muito simbolismo. Na zona VIP do Estádio José Gomes, na Reboleira estava José Maria Neves, presidente de Cabo Verde, convidado para estar presente na sequência da campanha de angariação de fundos para ajudar as vítimas das cheias que assolaram a ilha de São Vicente, uma das mais importantes do arquipélago africano.
Antes do apito inicial, respeitou-se um minuto de silêncio em memória de Fernando Cruz (morreu este sábado), lenda do Benfica, bicampeão europeu pelo clube e fez 445 jogos de águia ao peito, e ainda de Joaquim Oliveira (morreu na 6.ª feira), empresário ligado ao futebol e à comunicação social.
Jogo dividido em oportunidades
Num campo tradicionalmente difícil para os ‘grandes’ (o Benfica venceu aqui na época passada por 3-2 para a I Liga), o Benfica tentava derrubar um Estrela diferente da época passada, após uma grande revolução no plantel que garantiu a manutenção na derradeira ronda. Do jogo da época passada, sobram Fábio Ronaldo, titular esta noite, mas suplente utilizado no 2-3 de 2024/25, e Rodrigo Pinho, suplente esta noite, mas titular no ano passado.
Ofensivamente, a primeira parte do Benfica resume-se duas oportunidades apenas: aos 27 minutos, Aursnes centrou para Pavlidis desviar de calcanhar, para fora, quando o grego estava em boa posição para marcar.
A outra oportunidade perdida pertenceu a Schjelderup, aos 43: combinação Ivanovic-Aursnes, o médio direito meteu de pronto na área para um remate do jovem norueguês desviado por Schappo para fora.
Antes, o melhor do Benfica a nível ofensivo tinham sido dois remates de Dahl, aos 12 e aos 17 minutos, para fora. Muito pouco.
Do outro lado, Trubin teve de voar para negar o golo a Gastão, aos 39 minutos, numa ‘bomba’ de fora da área.
A primeira oportunidade já tinha pertencido aos da casa quando, aos 24 minutos, Chernov atirou por cima, na área, quando tinha tudo para marcar, na sequência de um livre estudado.
Estrela falha, Benfica marca em penálti muito contestado
O segundo tempo trouxe um Estrela melhor. A equipa de José Faria (castigado, viu o jogo da bancada) criou mais uma bela oportunidade para marcar, aos 55 minutos, em mais um lance de bola parada: Sidney Cabral bateu um livre direto, Trubin defendeu para a frente e, Alan Godoy, com a baliza pela frente, atirou ao lado. Incrível!
O golo apareceria na outra baliza, aos 60 minutos. O árbitro Hélder Carvalho viu Ivanovic cair na área do Estrela em lance com Atanas Chernev e assinalou grande penalidade. Um lance muito contestado pelos homens da casa. E como o VAR não achou motivos para intervir, Pavlidis encarregou-se de rematar para o meio da baliza, enganando Renan Ribeiro, ex-Sporting, na conversão. Primeiro golo do Benfica na I Liga 2025/26.
Com dificuldades em criar, Ivanovic teve nos pés o 2-0 do Benfica aos 81 minutos, mas Renan Ribeiro negou-lhe as intenções com uma grande defesa. Antes, aos 62 Sidney Cabral tinha ficado perto do empate, em lance de contra-ataque, mas o seu remate, na área, acabou desviado nas pernas de um defensor encarnado.
Nos descontos, nova oportunidade flagrante desperdiçada pelo Estrela da Amadora: Kikas, lançado no segundo tempo, aproveitou uma desatenção da defensiva Encarnada para, isolado, atirar por cima, no um-para-um com Trubin. Três oportunidades flagrantes dos da casa.
Na próxima quarta-feira o Benfica desloca-se à Turquia para defrontar o Fenerbahçe, de José Mourinho, na 1.ª mão do play-off de acesso à Champions. A equipa de Bruno Lage tem de apresentar mais do que mostrou hoje para trazer de Istambul um bom resultado.
Para já, garante os primeiros três pontos na I Liga, na sua estreia na prova, algo que não tinha conseguido nas duas épocas anteriores.
Quatro jogos, quatro vitórias, seis golos marcados e zero sofridos: estes são os números do grande arranque de época do Benfica.