Ex-Dirigente do Benfica acusa Noronha Lopes de “ato de populismo”

João Noronha Lopes, candidato à presidência do Benfica, revelou que, se ganhar as eleições, Bernardo Silva voltará ao Benfica.

Estas promessas eleitorais não são novidade, tendo sido utilizadas há 29 anos, por Vale e Azevedo. Nessa altura, e como promessa eleitoral, João Vale e Azevedo utilizou Rui Costa como “trunfo” nas eleições de 1997, garantindo que a transferência do jogador custaria “zero escudos ao Benfica”.

A verdade é que estas promessas funcionaram e João Vale e Azevedo acabou por ganhar as eleições. Rui Costa, por outro lado, não regressou ao Benfica no seu mandato.

Também Manuel Vilarinho, nas eleições que acabaria por ganhar a Vale e Azevedo, no ano 2000, prometeu contratar Mário Jardel. Tal contratação nunca aconteceu e Jardel acabaria por nunca jogar no Benfica.

Para Manuel Boto, vogal do Conselho Fiscal na altura das eleições de 1997, de Vale e Azevedo, a utilização da cartada de João Noronha Lopes de apresentar Bernardo Silva como trunfo eleitoral é um “ato de populismo”.

Manuel Boto atacou Noronha Lopes, denunciando a hipocrisia do candidato, recordando que este, em 2020, referiu “que a candidatura dele não iria anunciar jogadores”.

O antigo dirigente do Benfica também demonstrou preocupação pelo possível rompimento do acordo com Bernardo Silva, acusando os candidatos de estarem a “condicionar as eleições (…) com promessas que, às vezes, os supervenientes e as condições supervenientes vêm desmentidas.”.

Manuel Boto concluiu, em entrevista à Renascença, que este tipo de tática eleitoral “aconteceu com bastante frequência em eleições no passado” e que “quando são muitos candidatos, a tendência para o populismo é grande”.

As eleições na equipa da Luz estão marcadas para o final de outubro e há seis candidatos: Rui Costa, Luís Filipe Vieira, João Diogo Manteigas, Martim Mayer, Cristóvão Carvalho e João Noronha Lopes.