Figma entra na bolsa de Nova Iorque com disparo de quase 230%

As ações da Figma Inc. dispararam 229% no primeiro dia de negociação na bolsa de Nova Iorque, no seguimento da oferta pública inicial (IPO na sigla em inglês) da empresa de software de design, em que angariou 1,2 mil milhões de dólares.      

As ações da empresa de São Francisco chegaram a negociar a 108,69 dólares, bastante acima do preço definido de 33 dólares por ação, para depois serem suspensas devido à volatilidade, numa das estreias em bolsa mais aguardadas do ano. No regresso à negociação, subiam 215% para 104,14 dólares.

A empresa vendeu 12,47 milhões de ações na IPO, enquanto investidores como a Index Ventures, Greylock Partners e a Kleiner Perkins venderam 24,46 milhões. A Figma tinha já esta semana revisto em alta o intervalo de preços para uma quantia entre 30 e 32 dólares. A gestão da operação, feita como um leilão junto dos investidores, permitou elevar ainda mais o preço, de acordo com a Bloomberg.    

O valor alcançado na negociação atribui à Figma um valor de mercado de 45,6 mil milhões, com base no número de ações dispersas em bolsa que comunicou na operação. O valor sobe para 53 mil milhões se forem contabilizadas as opções sobre ações dos funcionários e as ações sujeitas a restrições de venda, como as do CEO Dylan Field.

Com a entrada em bolsa, a Figma esperava captar apenas 1,2 mil milhões de dólares dos investidores e atingir uma capitalização bolsista de 15,6 mil milhões de dólares (ou 18 mil milhões considerando todas as ações).

O valor alcançado esta quinta-feira ultrapassa em muito a avaliação de 20 mil milhões que a Figma obteve aquando do negócio fracassado de venda à Adobe em 2023. A venda da empresa acabaria por cair por terra no ano seguinte, depois de ter recebido reservas dos reguladores da concorrência do Reino Unido e da União Europeia, o que obrigou a empresa a procurar outras alternativas para dar escala ao negócio.

A Figma é uma empresa norte-americana que desenvolve uma plataforma de software de design colaborativo. As ferramentas da empresa são usadas acima de tudo para criar as interfaces (UI) e a experiência de utilização (UX) de outras aplicações digitais.

A Figma tem 13 milhões de utilizadores ativos por mês. O modelo de negócio da empresa tem por base uma subscrição mensal e no primeiro trimestre de 2025 apresentou lucros de 44,5 milhões de dólares. A empresa estima ter gerado receitas de 250 milhões de dólares no segundo trimestre.