
O Fórum para a Competitividade sublinha que o “consumo deverá continuar a beneficiar do aumento muito significativo do emprego, da alteração das tabelas de IRS, mas já não da descida das taxas de juro”.
Na preparação do Orçamento de Estado para 2026, o governo apresentou o Quadro de Políticas Invariantes, que contém compromissos já assumidos de 4.449 milhões de euros. “Isto condiciona as negociações do OE26, o que até pode ser uma vantagem para o governo, ao mostrar que não há margem para muitas concessões. Ainda assim, esperam-se reformas estruturais, muitas das quais sem grande impacto orçamental, que possam aumentar o potencial de crescimento da economia portuguesa”, aponta o Fórum para a Competitividade na nota de conjuntura de agosto.
Por outro lado destaca que os dados preliminares do 3º trimestre permanecem mistos, “sugerindo alguma timidez no desempenho económico”. O Fórum para a Competitividade espera que o consumo das famílias beneficie do aumento do emprego e da alteração das tabelas de IRS.
O Fórum para a Competitividade sublinha que o “consumo deverá continuar a beneficiar do aumento muito significativo do emprego, da alteração das tabelas de IRS, mas já não da descida das taxas de juro”.
Na nota de conjuntura os economistas do Fórum salientam que os mercados financeiros já não esperam que o BCE volte a cortar as taxas de juro até ao final do ano.
No 2º trimestre, o PIB passou de uma queda de 0,4% para um crescimento de 0,6% em cadeia, de que resultou uma aceleração homóloga de 1,7% para 1,9%, destaca do Fórum.
A actividade turística gerou um contributo total (directo e indirecto) de 34 mil milhões de euros para o PIB em 2024, o que corresponde a 11,9% do PIB. Em 2022, o emprego neste sector foi de 9,8% do total, mas a remuneração média foi apenas 91,1% da média nacional.
Em Junho, as exportações de bens estagnaram, após a subida modesta do mês anterior. Em termos de destinos, salientem-se as subidas para a Alemanha (16,4%) e Reino Unido (22,2%), e a forte queda para os EUA (-39,4%), possivelmente relacionado com as tarifas.
No 2º trimestre, a população activa acelerou (de 2,2% para 2,7%), mas o emprego acelerou ainda mais (de 2,4% para 2,9%), de que resultou uma diminuição da taxa de desemprego, de 6,6% para 5,9%, o valor mais baixo desde o 2º trimestre de 2020.
A agência S&P subiu a notação da República de Portugal, pela segunda vez em 2025, para A+ com perspectiva estável, acima de Espanha e Itália.
A produtividade medida pelo rácio entre o PIB e o número de pessoas empregadas estabilizou nos 0,2%, um valor demasiado baixo, enquanto a produtividade medida com base no número de horas trabalhadas acelerou de 0,2% para 0,7%, o que é mais favorável, mas ainda insuficiente para uma genuína convergência com a UE.
A nível internacional, França apresenta-se com um risco elevado, com possíveis contágios, por não se conseguir vislumbrar uma saída a médio prazo para a redução do défice público de quase 6% do PIB, ainda antes de enfrentar os novos compromissos com a NATO”, destaca o Fórum para a Competitividade.
Por outro lado. ao colocar em causa a independência da Reserva Federal, Trump poderá fazer com que as expectativas de inflação deixem de estar “ancoradas” e que haja um forte aumento das taxas de juro de longo prazo.