
Até ao final do segundo semestre, o fundo tinha participações em 61 empresas de Israel, de acordo com um comunicado de imprensa datado de 11 de maio, véspera da apresentação dos resultados dos primeiros seis meses do ano.
O Fundo soberano da Noruega tornou pública a decisão de desinvestir em parte das empresas israelitas do seu portefólio, tendo terminado já o contrato que tinha com 11, perante a “grave crise humanitária” na Palestina. Mas o número poderá aumentar.
Até ao final do segundo semestre, o fundo tinha participações em 61 empresas de Israel, de acordo com um comunicado de imprensa datado de 11 de maio, véspera da apresentação dos resultados dos primeiros seis meses do ano.
Entre as empresas que o fundo norueguês “deixou cair” está a Bet Shemesh Engines Ltd, do setor de defesa, na qual o fundo detinha 2,25%, pouco depois de o Ministério das Finanças, liderado por Jens Stoltenberg, ex-secretário-geral da NATO, ter pedido ao Norges Bank que “revisse a implementação do mandato de gestão do fundo, os seus investimentos em empresas israelitas e propor novas medidas que considere necessárias”.
“Essas medidas foram tomadas em resposta a circunstâncias extraordinárias. A situação em Gaza é uma grave crise humanitária. Investimos em empresas que operam num país em guerra, e as condições na Cisjordânia e em Gaza pioraram recentemente. Em resposta, reforçaremos ainda mais a nossa due diligence. As medidas que estamos a tomar simplificarão a gestão dos nossos investimentos nesse mercado e reduzirão o número de empresas que nós e o Conselho de Ética monitorizamos”, explica Nicolai Tangen, CEO do Norges Bank Investment Management, citado no mesmo comunicado.
De acordo com o fundo, ficou decidido, na semana passada, que “todos os investimentos em empresas israelitas que não constam no índice de referência de ações serão vendidos assim que possível” e que “todos os investimentos em empresas israelitas que têm sido administrados por gestores externos serão transferidos para a empresa e administrados internamente”.
A intenção – e execução – de desinvestir em empresas israelitas por violação das normas éticas pelas quais o fundo se rege não é de agora.
No ano passado, foi levada a cabo uma atualização das normas do conselho ética do fundo norueguês, que alargou a definição de conduta empresarial e, com ela, o rol de empresas passíveis de serem excluídas.
O GPFG desinvestiu em várias empresas israelitas responsáveis pela construção de estradas e habitações em colonatos em Jerusalém Oriental e na Cisjordânia.
No final de 2020, o Conselho de Ética recomendou ao Governo a exclusão da empresa Shapir Engineering and Industry. “O Conselho de Ética recomenda que a Shapir Engineering and Industry Ltd seja excluída do investimento do Government Pension Fund Global (GPFG) devido ao risco inaceitável de a empresa estar a contribuir para violações graves dos direitos dos indivíduos em situações de guerra ou de conflito. A posição do Conselho de Ética é que os colonatos israelitas na Cisjordânia foram construídos em violação do direito internacional e que a sua existência e constante expansão causam e a sua constante expansão causam danos e desvantagens significativas à população palestiniana da região”, lê-se numa das recomendações. Em maio de 2021, a construtora israelita saiu da lista.