A inteligência artificial (IA) está a criar uma nova elite de multimilionários a uma velocidade sem precedentes. Esta revolução não só promete transformar a humanidade, como já está a gerar fortunas astronómicas para um grupo restrito de visionários e engenheiros.
Os novos magnatas da IA
Enquanto o público debate o futuro impacto da IA no mercado de trabalho, uma nova classe de empreendedores e especialistas vive uma autêntica corrida ao ouro. Para eles, a questão não é se a IA vai salvar o mundo, mas sim como capitalizar o seu potencial imediato.
O resultado é o surgimento de “novos-ricos”, com engenheiros de topo a serem disputados com o mesmo fervor que atletas de alta competição. No topo desta nova elite encontra-se Jensen Huang, o carismático CEO da Nvidia.
As suas GPUs são a infraestrutura essencial para treinar os sistemas de IA mais avançados, tornando-se um recurso indispensável para praticamente todas as empresas e governos com ambições na área. A sua fortuna pessoal está agora avaliada em 158 mil milhões de dólares, segundo o Bloomberg Billionaires Index, posicionando-o como a oitava pessoa mais rica do mundo.
Só este ano, a sua riqueza aumentou em mais de 44 mil milhões de dólares, um reflexo direto da valorização da Nvidia, que se tornou a empresa mais valiosa do planeta, com uma capitalização de mercado superior a 4 biliões de dólares.
A seguir a Huang, emerge uma nova geração de fundadores e engenheiros de startups que estão a definir esta era, como a OpenAI, a Anthropic e a Perplexity. As suas fortunas derivam das avaliações estratosféricas das suas empresas privadas. A OpenAI, por exemplo, está avaliada em cerca de 500 mil milhões de dólares.
Embora as suas participações exatas não sejam públicas, é quase certo que os fundadores destas empresas, como Dario Amodei, CEO da Anthropic, e figuras-chave da OpenAI como Mira Murati e Ilya Sutskever, já alcançaram o estatuto de multimilionários.
📝 Murati e Sutskever abandonaram entretanto a OpenAI para fundar os seus próprios projetos: o Thinking Machines Lab e a Safe Superintelligence Inc., respetivamente.
A ascensão meteórica dos unicórnios
Esta tendência está a acelerar a um ritmo impressionante. De acordo com dados da CB Insights, só este ano, 53 empresas atingiram o estatuto de “unicórnio” – startups privadas avaliadas em mais de mil milhões de dólares -, sendo que mais de metade pertence ao setor da IA.
Estes unicórnios nativos da IA estão também a quebrar recordes, atingindo avaliações de mais de mil milhões de dólares em prazos muito mais curtos, alcançando o marco em 6 anos, em comparação com os habituais 7.
Afirma a empresa de análise de dados.
O grande problema desta nova corrida ao ouro é a sua concentração geográfica em cidades onde o custo de vida já era proibitivo. À medida que estas fortunas se multiplicam em locais como Silicon Valley e Nova Iorque, a pressão económica sobre os restantes cidadãos intensifica-se, o que aprofunda o fosso entre os mais ricos e a classe média.
O impacto mais imediato sente-se no mercado imobiliário. Segundo a Zillow, a renda média em São Francisco é agora de 3526 dólares por mês, um aumento de 176 dólares no último ano. Em Nova Iorque, o valor atinge os 3800 dólares.
Estes custos crescentes, impulsionados pela imensa riqueza da elite tecnológica, acabam por expulsar famílias de rendimentos modestos, esvaziando as comunidades onde estas mesmas empresas se instalam.
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