Instagram Map: nova funcionalidade de partilha de localização está a ser muito criticada

A Meta continua a sua aposta em novas funcionalidades para o Instagram, introduzindo agora um mapa interativo que reacende o debate sobre os limites entre a partilha social e a privacidade pessoal. Esta nova ferramenta, que permite a geolocalização em tempo real, está a gerar uma onda de reações na comunidade.


Como funciona o novo mapa do Instagram

A mais recente atualização do Instagram, implementada para já apenas nos Estados Unidos, trouxe consigo uma funcionalidade que está a dar que falar: um mapa interativo.

A nova funcionalidade, designada Instagram Map, permite que os utilizadores partilhem a sua localização em tempo real com um círculo restrito de pessoas, como a “lista de amigos chegados” ou seguidores mútuos. Segundo Adam Mosseri, o líder do Instagram, a partilha não é indiscriminada.

Além da partilha ativa, sempre que um utilizador identificar um local numa História, essa publicação ficará visível no mapa durante 24 horas, mas apenas para os seus seguidores. Mosseri fez questão de esclarecer, através do Threads, que a funcionalidade “não partilha a sua localização em tempo real ou ao vivo” através das Histórias, mas sim o local que foi manualmente marcado.

No entanto, a Meta, empresa-mãe do Instagram, clarifica que, se a partilha de localização estiver ativa nas definições, a posição do utilizador será atualizada sempre que este abrir a aplicação, ou mesmo quando esta estiver a correr em segundo plano, o que levanta questões sobre a monitorização contínua.

Privacidade em xeque…

Apesar das garantias dadas pela empresa, a receção a esta novidade não tem sido pacífica. Várias vozes influentes e utilizadores anónimos manifestaram o seu descontentamento e preocupação. Figuras públicas, como a designer Valentina Voight, descreveram a ideia de ter a sua “localização exata visível para milhares de pessoas” como “assustadora”.

As críticas sublinham o risco potencial associado à partilha de dados de localização tão precisos. O colunista de tecnologia do Washington Post, Geoffrey A. Fowler, argumentou que existem alternativas muito mais seguras para situações em que a partilha de localização é genuinamente útil, como acompanhar um familiar idoso ou encontrar amigos num evento.

A aplicação Find My ou as Mensagens do iPhone, por exemplo, permitem partilhar a sua localização diretamente e oferecem, à partida, a opção de limitar essa partilha a apenas uma hora ou até ao final do dia.

Escreveu, apontando para a falta de controlos granulares no Instagram Map.

A posição da Meta

Em sua defesa, a Meta insiste que a privacidade do utilizador foi tida em conta. A empresa garante que a funcionalidade não vem ativa por predefinição, e cabe a cada pessoa a decisão de a ligar e de selecionar com quem pretende partilhar a sua localização.

Para os utilizadores mais jovens, foi implementada uma camada extra de segurança: caso o controlo parental esteja ativo, os encarregados de educação são notificados sempre que o dispositivo do menor partilha a sua localização através desta funcionalidade.

Esta aposta em funcionalidades de interação em tempo real pode ser uma tentativa da Meta de aumentar o envolvimento entre amigos. Curiosamente, dados da própria empresa revelam que, no último ano, apenas 7% do tempo que os utilizadores passaram no Instagram foi dedicado a interagir com conteúdo partilhado por amigos, um número que a plataforma parece querer contrariar.

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