
“Iniciámos as operações preliminares nas primeiras fases da ofensiva na Cidade de Gaza”, afirmou o porta-voz das forças israelitas.
O Exército israelita indicou hoje que “já controla as entradas da Cidade de Gaza”, numa conferência de imprensa sobre as operações preliminares da ocupação da principal cidade do enclave palestiniano.
“Iniciámos as operações preliminares nas primeiras fases da ofensiva na Cidade de Gaza”, afirmou o porta-voz das forças israelitas.
Effie Defrin observou que a invasão da capital da Faixa de Gaza marca o início da “Fase 2” da operação em curso desde que Israel rompeu em 18 de março o cessar-fogo que vigorava com o grupo islamita palestiniano Hamas.
O porta-voz explicou que duas das suas unidades já estão a cercar a Cidade de Gaza.
A 99.ª Brigada de Infantaria está estacionada no bairro de Zeitun, a sul da cidadã e equipas de combate da 162.ª Divisão Blindada aguardam na cidade de Jabalia, no norte do território.
“Forças adicionais juntar-se-ão aos combates num futuro próximo”, indicou.
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, ordenou hoje a redução do período de preparação antes da invasão das tropas na Cidade de Gaza.
“Tendo em vista da aprovação dos planos para a operação na Cidade de Gaza, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu ordenou a redução do prazo para a tomada dos últimos bastiões terroristas e a derrota do Hamas”, segundo o gabinete do chefe do Governo.
O breve texto, que poderá ser uma manobra de pressão tanto sobre o Hamas como sobre a população palestiniana forçada a deslocar-se, não aponta nenhuma data.
Foi hoje também anunciado que mais de 60 mil reservistas receberão ordens para se apresentarem nas próximas duas semanas, enquanto outros 70 mil deverão prolongar o serviço atual por mais 30 ou 40 dias.
Há quase duas semanas, o Gabinete de Segurança de Israel aprovou o plano de ocupação da Cidade de Gaza, a expansão das operações militares a campos de refugiados na costa central do território, gerando uma vaga de críticas internacionais e dentro do país.
O próprio comandante das forças armadas colocou objeções a este plano, receando que coloque em perigo os 20 reféns vivos que se calcula estarem ainda em posse das milícias palestinianas.
O plano também prevê a retirada de toda a população da Cidade de Gaza, estimada em cerca de um milhão de pessoas, muitas das quais deslocadas de outras regiões do território.
As famílias dos reféns têm-se manifestando desde então para exigir um acordo integral com o Hamas que ponha fim à guerra e devolva todos os reféns, incluindo os 30 que se presumem mortos.
Israel ainda não se pronunciou sobre a última proposta de cessar-fogo, que o Hamas aprovou há dois dias, promovida pela mediação do Egito e do Qatar.
A Faixa de Gaza, totalmente dependente de ajuda humanitária, está ameaçada por uma “fome generalizada”, segundo a ONU, que pediu a entrada de apoio urgente face a uma “catástrofe inimaginável”.
O conflito no enclave foi desencadeado pelos ataques liderados pelo Hamas em 07 de outubro de 2023 no sul de Israel, onde perto de 1.200 pessoas morreram e cerca de 250 foram feitas reféns.
Em retaliação, Israel lançou uma vasta operação militar no território, que já provocou mais de 62 mil mortos, segundo as autoridades locais, a destruição de quase todas as infraestruturas do enclave e a deslocação de centenas de milhares de pessoas.