Microsoft encerra teletrabalho e impõe regresso ao escritório: “Trata-se de trabalhar juntos”

A Microsoft anunciou uma alteração na sua política de trabalho, marcando o fim da era do teletrabalho generalizado para muitos dos seus colaboradores. Esta nova diretriz alinha a gigante tecnológica com outras empresas do setor que têm vindo a promover o regresso aos espaços físicos de trabalho.


Um regresso gradual e faseado

Numa comunicação interna, posteriormente partilhada no seu blog oficial, a Microsoft detalhou a atualização da sua política de flexibilidade laboral, que passará a exigir a presença dos funcionários nos escritórios, no mínimo, três dias por semana.

A declaração, assinada por Amy Coleman, vice-presidente executiva e diretora de recursos humanos, enfatiza que a principal motivação para esta decisão é a otimização da colaboração e não uma estratégia de redução de pessoal.

É importante sublinhar que esta atualização não visa a redução de pessoal. O objetivo é trabalharmos em conjunto para satisfazer as necessidades dos nossos clientes.

Pode ler-se no comunicado.

A transição para o novo modelo será implementada de forma progressiva. Os primeiros a adotar a nova política serão os colaboradores da sede de Seattle que residam num raio de 80 quilómetros do escritório. Estes funcionários deverão começar a cumprir o regime de três dias presenciais a partir do final de fevereiro de 2026.

Posteriormente, e já sem uma data específica anunciada, a medida será alargada às restantes instalações da empresa nos Estados Unidos e, por fim, a todas as suas filiais internacionais.

Microsoft

A mudança de paradigma na Microsoft

Durante vários anos, a Microsoft foi uma apoiante do trabalho flexível, promovendo ativamente um modelo que demonstrava a eficácia das suas próprias ferramentas de colaboração à distância. Até há poucos meses, enquanto muitas outras tecnológicas já revertiam as suas políticas de teletrabalho (Google, Amazon e Meta), a Microsoft mantinha a sua aposta na flexibilidade.

Agora, a administração defende que as equipas que interagem presencialmente “estão mais motivadas, mais capacitadas e alcançam melhores resultados”. Embora a flexibilidade não desapareça por completo, o tempo passado no escritório passa a ser encarado como “intencional e impactante”, tornando-se um pilar da nova cultura de trabalho da empresa.

No seu comunicado, Coleman esclarece que existirão exceções. Os funcionários que consigam comprovar que as suas deslocações são “invulgarmente longas ou complexas, por exemplo, envolvendo múltiplos meios de transporte”, poderão ficar isentos da obrigatoriedade de comparecer no escritório, mantendo o regime de teletrabalho ou um modelo híbrido menos restritivo.

Da mesma forma, certos cargos nos departamentos de vendas, gestão de contas, consultoria e marketing também não serão abrangidos por esta nova política, uma vez que “exigem flexibilidade para reuniões com clientes ou parceiros”.

A publicação do The Verge destaca que a nova diretriz permite que algumas equipas optem por um modelo totalmente presencial, superando os três dias mínimos.

Cada área de negócio fará o que for mais adequado para a sua equipa, o que significa que alguns grupos poderão desviar-se das nossas expectativas gerais.

Afirmou Coleman.

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