Militares e polícias reforçam apoio na ilha cabo-verdiana de São Vicente

“Vamos fazer um reforço. Estamos a partir daqui [cidade da Praia] com um contingente de militares e polícias para ajudar no terreno em São Vicente”, disse à Lusa Domingos Tavares, presidente do Serviço Nacional de Proteção Civil e Bombeiros.

O contigente sai da Praia num voo extra da CV Interilhas, concessionária dos transportes marítimos domésticos. Também três viaturas, materiais como pás e enxadas vão reforçar as ações de limpeza e no transporte de água.

“Não faltam militares em São Vicente, o que queremos é reforçar para acelerar a recuperação. Quanto mais pessoas, mais rápido avançamos”, afirmou.

A CV Interilhas anunciou esta terça-feira uma viagem extra de Santiago para São Vicente para o “transporte urgente” de apoios e materiais da Proteção Civil, na sequência da declaração de calamidade pública na ilha.

“Pedimos compreensão aos passageiros afetados pela alteração e reafirmamos o nosso compromisso em ajudar a população de São Vicente”, lê-se no comunicado.

Moradores e comerciantes relataram à Lusa pedidos de abrigo, alimentos e esperança, enquanto tentam limpar a lama que invade casas e destrói mobiliário.

As ruas estão tomadas por lama, detritos nas enxurradas, pontes destruídas, árvores caídas e carros arruinados.

Casas, estabelecimentos e vias estão inundados ou bloqueados.

O primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, visitou hoje as zonas afetadas e garantiu apoio imediato às famílias.

O governante assegurou que será dada prioridade ao realojamento, entrega de cestas básicas, apoio psicológico e reconstrução de infraestruturas, em parceria com instituições internacionais.

Ulisses Correia e Silva destacou a prioridade na construção de habitações para quem vivia em barracas ou casas sem segurança, seguida da recuperação das estradas, outras infraestruturas e apoio psicológico às populações.

Cabo Verde decretou dois dias de luto nacional pelas oito vítimas da tempestade em São Vicente.

Segundo as autoridades, ainda há três pessoas desaparecidas.

Guiné-Bissau, Portugal e São Tomé e Príncipe já manifestaram solidariedade e apresentaram condolências às famílias enlutadas.