
“Inaceitável as condições porque eu sou o ministro da Saúde do Brasil. Quando vou para um evento como esse, tenho que ter plena possibilidade de participar do conjunto das atividades das quais nós somos convidados”, disse Alexandre Padilha em entrevista Estúdio i.
Por essa razão, frisou, “as restrições inviabilizam a presença do ministro da Saúde do Brasil nas atividades que ele precisa fazer parte”.
O ministro era um dos políticos brasileiros integrantes da delegação que acompanhará o Presidente L Lula da Silva à Assembleia da ONU a partir da terça-feira, em Nova Iorque, e que aguardavam a emissão do respetivo visto norte-americano.
O Governo dos Estados Unidos acabou por conceder-lhe o visto na quinta-feira, mas impôs-lhe restrições que apenas lhe permitem deslocar-se entre o aeroporto, o hotel e a sede da ONU.
Em plena crise diplomática entre o Brasil e os Estados Unidos, Washington cancelou em agosto o visto de Padilha e de alguns dos seus familiares como sanção pela sua participação, como ministro da Saúde na época, na assinatura de um acordo de 2013 para a contratação de milhares de médicos cubanos.
O Acordo de Sede da ONU diz que autoridades estaduais, federais ou locais não imporão nenhum impedimento ao movimento de representantes dos Estados-membros de ou para a sede central da ONU, em Nova Iorque, independentemente das relações existentes entre os Governos visitantes e o Governo dos Estados Unidos.
Hoje mais cedo, o ministro das Relações Exteriores do Brasil disse classificou de “absurdas” as restrições e pediu “interferência” do secretário-geral da ONU.
“São restrições que não têm cabimento, injustas, absurdas”, disse Mauro Vieira, numa conferência de imprensa em Brasília ao lado da chefe da diplomacia da UE, Kaja Kallas, referindo-se à participação do ministro da Saúde brasileiro, Alexandre Padilha, na 80.ª Assembleia Geral da ONU.
Mauro Vieira disse ainda que já pediu a “interferência” do secretário-geral “junto ao país-sede”.