Desde os fertilizantes que alimentaram milhares de milhões de pessoas às vacinas que travaram pandemias, a história da humanidade está repleta de inovações científicas que salvaram inúmeras vidas. Uma nova plataforma online propõe-se agora a uma tarefa ambiciosa: criar uma classificação dos cientistas e das suas invenções com base no número de vidas que ajudaram a salvar.
Uma classificação para os heróis da ciência e as suas invenções
A plataforma Science Heroes desenvolveu uma classificação que procura estimar o número de vidas salvas pelas principais descobertas científicas e médicas da era moderna. No topo da lista, encontramos nomes como Fritz Haber e Carl Bosch, cujo fertilizante sintético terá salvo mais de dois mil milhões de vidas, até inovações cirúrgicas como a desenvolvida por Helen Taussig para a síndrome do bebé azul.
O site permite não só consultar a lista, mas também explorar a biografia de cada cientista. Embora estes valores sejam estimativas e, como tal, sujeitos a um certo grau de incerteza, a sua principal função é destacar o impacto profundo que a investigação científica tem no nosso quotidiano.
Conforme sublinha a publicação da organização Our World in Data, que analisou esta classificação, “é inspirador recordar que pessoas criativas, empreendedoras e tenazes podem contribuir enormemente para as nossas vidas”. Estes dados ajudam a visualizar a importância do investimento contínuo na ciência e na investigação.
Os gigantes que salvaram milhões
No topo desta classificação figuram invenções que salvaram centenas de milhões de pessoas. Entre elas, destacam-se os já mencionados fertilizantes sintéticos, essenciais para a revolução verde, as transfusões de sangue, a descoberta da insulina para o tratamento da diabetes e, claro, a penicilina.
A lista inclui também inovações mais recentes, como a vacina contra a COVID-19 desenvolvida pela equipa de Sarah Gilbert, que, segundo as estimativas, salvou 6,3 milhões de vidas apenas no seu primeiro ano de implementação.
A plataforma Science Heroes funciona como uma enciclopédia focada nestes cientistas, detalhando não apenas as suas descobertas, mas também o contexto histórico e metodológico em que surgiram.
Como salienta a Our World in Data, “nenhum destes cientistas trabalhou isoladamente”. As suas inovações foram possíveis graças a um esforço colaborativo e ao conhecimento acumulado por investigadores anteriores, o que torna a tarefa de quantificar o sucesso individual ainda mais complexa e merecedora de análise.
A quantificação do impacto real de uma descoberta científica é uma tarefa intrinsecamente difícil. A própria fonte adverte que todas as estimativas devem ser interpretadas “com cautela”, dada a dificuldade em isolar o efeito de uma única inovação.
Contudo, exercícios como este são fundamentais para compreendermos a magnitude do progresso científico. Estamos habituados a contabilizar as mortes, mas é igualmente importante reconhecer as vidas que foram salvas.
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