
O relatório mensal sobre o emprego nos Estados Unidos incomodou na sexta-feira o presidente por apresentar um retrato mais sombrio para a situação do mercado de trabalho, num momento em que os especialistas antecipam uma desaceleração da economia americana provocada pelas medidas tarifárias adotadas por Donald Trump.
Desde a divulgação do relatório do Gabinete de Estatísticas para o Trabalho (BLS), liderado por Erika McEntarfer, que o presidente dos EUA afirma que os números apresentados foram “manipulados” para fins políticos, a fim favorecer os democratas e de “minimizar o sucesso” do início do seu segundo mandato na Casa Branca.
“O relatório sobre o emprego da semana passada foi MANIPULADO, tal como os números anteriores às eleições presidenciais. É por isso que, em ambos os casos, houve revisões massivas e recorde, a favor dos democratas de esquerda radical. Esses grandes ajustes foram feitos para encobrir e nivelar os números políticos FALSOS que foram INVENTADOS para fazer com que o grande sucesso republicano parecesse menos brilhante!!!”, escreveu esta segunda-feira o republicano na Truth Social.
“Vou escolher um substituto excecional”, adiantou o presidente dos EUA, que deverá propor um nome nos próximos dias, ficando a nomeação do novo líder da agência para o emprego pendente da confirmação do Senado, de maior republicana.
Questionado pelos jornalistas sobre a demissão de Erika McEntarfer este domingo, Donald Trump avançou que a Administração Trump não tinha confiança na estatística-chefe da BLS e que seria anunciado um novo líder nos próximos dias. “Vamos anunciar um novo nome em três, quatro dias”, disse o presidente dos EUA.
O anúncio de Donald Trump sobre um “substituto excecional” para a economista que supervisionava desde o início de 2024 as estatísticas oficiais sobre o emprego, e agora demitida, levanta preocupações sobre a credibilidade das publicações futuras.
Segundo o último relatório verifica-se uma subida do desemprego nos EUA em uma décima, para 4,2 por cento em julho, mês em que foram criados cerca de 73 mil novos postos de trabalho.
De acordo com o documento, o serviço de estatística revê “sistematicamente” os dados dos dois meses anteriores ao mês em questão na nova publicação, “para integrar informações adicionais e recalcular os fatores de ajustamento sazonal”.
Em maré de demissões e nomeações, o Banco Central norte-americano também anunciou na sexta-feira que a economista Adriana Kugler deixará o cargo de governadora da Reserva Federal (Fed), o que deixará a Trump a oportunidade de nomear alguém da sua confiança para a definição de políticas mais alinhadas com as suas exigências de taxas de juros mais baixas.
c/agências