
As empresas de semicondutores Nvidia e AMD acordaram partilhar com o governo americano 15% das receitas oriundas da venda de chips na China. Esta terá sido a concessão feita pelas tecnológicas para ser possível exportar semicondutores para o país asiático. A informação é avançada pelo Financial Times.
Uma fonte governamental ouvida pelo jornal britânico adianta que a Nvidia concordou abrir mão de 15% das receitas da venda de chips H20 para a China e que a AMD fez o mesmo para os chips MI308.
Ainda segundo o jornal, as duas tecnológicas obtiveram na sexta-feira a autorização governamental para iniciarem a exportação de semicondutores para a China.
Segundo especialistas em comércio internacional ouvidos pelo jornal, nunca uma empresa americana aceitou partilhar parte das receitas da venda de um produto como uma forma de obter uma licença de exportação. A AMD não comentou a notícia e a Nvidia disse apenas que cumpre “as regras estabelecidas pelo governo dos EUA para a nossa participação nos mercados mundiais”.
Apesar do acordo “pouco comum”, como apelida o artigo do Financial Times, em causa está uma percentagem relativamente pequena de um mercado com um potencial gigante. Segundo cálculos da Nvidia, se não tivesse existido um bloqueio às exportações para a China, a empresa teria faturado cerca de 23 mil milhões de dólares a mais com as vendas no país asiático.
Apesar do amainar das hostilidades por parte dos EUA, o mesmo não pode ser dito do lado da China. Apesar da grande procura por semicondutores para sistemas de inteligência artificial, o que tem levado inclusive à prepração para entrada em bolsa de novas empresas chinesas, as autoridades locais têm levantado questões de segurança nacional relacionadas com a importação dos chips H20 da Nvidia.