Em 1980, um simples jogo de flippers mudou para sempre a história dos videojogos. Inspirado por uma pizza com uma fatia a menos, o japonês Toru Iwatani criou Pac-Man — a icónica bola amarela que percorre labirintos, come pontos e foge de fantasmas coloridos.
Quase meio século depois, Pac-Man continua a ser um fenómeno cultural e comercial.
Segundo o Guinness World Records, é o jogo de flippers mais bem-sucedido de sempre, com receitas superiores a 14 mil milhões de dólares (cerca de 12 mil milhões de euros) ao longo de várias gerações e plataformas, desde a Nintendo original até às consolas modernas como a Xbox e a PlayStation.
O segredo da longevidade
A fórmula é simples: qualquer pessoa pode aprender a jogar em segundos, mas dominar os padrões e estratégias dos labirintos exige treino e memória. Nos anos 80, surgiram até manuais e campeonatos dedicados a explorar as rotas ideais para vencer.
Ao contrário de muitos títulos da época, focados na ação e em combates, Pac-Man foi pensado para agradar a um público mais amplo, incluindo as mulheres, algo invulgar para o seu tempo.
Os fantasmas Blinky, Pinky, Inky e Clyde ganharam comportamentos distintos através de padrões de movimento e inteligência artificial básica, o que ajudou a dar vida e personalidade ao jogo.
Mais do que entretenimento
Pac-Man também deixou uma marca na ciência. Estudos mostraram que o jogo é útil para investigar a tomada de decisões em humanos e até em chimpanzés, analisando padrões de movimento ocular e estratégias de jogo.
O personagem tornou-se igualmente um ícone da cultura pop, com aparições em filmes como Detona Ralph (2012) e Pixels (2015), e colaborações com marcas como a Krispy Kreme.
O regresso com Shadow Labyrinth
Para assinalar o 45.º aniversário, a Bandai Namco lançou Pac-Man: Shadow Labyrinth, uma reinterpretação com elementos de ficção científica e fantasia medieval.
Desta vez, o herói surge numa versão gótica e ciborgue, aliado a uma misteriosa figura para enfrentar inimigos e resolver enigmas num labirinto 3D de grandes dimensões.
Apesar de reconhecer que manter a franquia relevante é um desafio, a produtora aposta na simplicidade e no apelo intemporal do personagem para atrair a Geração Z.
Com novos jogos, experiências imersivas e até possíveis adaptações para cinema, a Bandai Namco acredita que Pac-Man continuará a marcar presença por muitas décadas.