
Paulo Gonçalves Marcos revela ainda que vai pedir a mediação do Governo na negociação dos aumentos salariais com a banca e quanto às alterações à legislação laboral considera que são uma “bizarria” e promovem o despedimento. Ainda assim, para já, não equacionam a possibilidade de avançar com uma greve, garantiu ao Programa Conversa Capital.
Paulo Gonçalves Marcos, Presidente do Sindicato Nacional dos Quadros e Técnicos Bancários, em entrevista ao programa Conversa Capital – Antena 1 / Jornal de Negócios defende que o mercado não precisa de mais consolidação bancária.
A propósito da intervenção do Governador do Banco de Portugal indigitado, Álvaro Santos Pereira, Paulo Gonçalves Marcos diz que “Álvaro Santos Pereira tem qualidades, mas, desde já, vai adiantando que a consolidação que o novo Governador defende não é necessária e espera que o regulador não a permita”.
Em entrevista à Antena 1 e ao Jornal de Negócios, Paulo Gonçalves Marcos lembra que o regulador deve ter “um sentido de missão e um elevado padrão de ética”.
Sobre a recusa em aceitar uma militância política ativa dos trabalhadores do Banco de Portugal, ideia defendida por Álvaro Santos Pereira na audição parlamentar, o Presidente do SQTB rejeita e considera que tem de existir um equilíbrio que não viole os direitos de cidadania. “Era só o que faltava que um trabalhador do Banco de Portugal não pudesse ser candidato nas eleições autárquicas”, disse.
Em relação ao mandato de Mário Centeno, o presidente do SNQTB considera que não foi bom para o sistema e deixou dúvidas sobre até que ponto não estaria a defender o seu legado como ministro.
O Sindicato Nacional dos Quadros Técnicos Bancários revela também nesta entrevista que vai pedir a mediação do Governo para a negociação dos aumentos salariais para 2025.
O presidente do sindicato não se conforma com o aumento salarial proposto pela banca e aceite por outros sindicatos de 2,5% e reivindica um aumento de 2,9%, justificado pela inflação, pelos lucros que a banca continua a ter e pela disparidade de 50% e 60% entre o vencimento de quem trabalha em Portugal para quem trabalha em Espanha ou em França para o mesmo empregador, salientou.
Ainda assim, Paulo Gonçalves Marcos não acredita que haja um verdadeiro magistério de influência do Governo para resolver esta questão.
“As alterações à legislação laboral apresentadas pelo Governo promovem o trabalho mais barato e constituem um estímulo ao despedimento. Paulo Gonçalves Marcos fala em recuo civilizacional e em bizarria porque as medidas vão contra aquele que é tipicamente o eleitorado do bloco central”, defendeu.
Ainda assim, e para já, não considera a possibilidade de avançar para a greve.