
Ulisses Correia e Silva salientou que será dada prioridade ao realojamento, entrega de cestas básicas, apoio psicológico e reconstrução de infraestruturas, em parceria com instituições internacionais.
O primeiro-ministro cabo-verdiano garantiu hoje apoio imediato à população afetada pelas cheias que atingiram São Vicente, onde se registaram pelo menos oito mortos e três desaparecidos na madrugada de segunda-feira.
Ulisses Correia e Silva salientou que será dada prioridade ao realojamento, entrega de cestas básicas, apoio psicológico e reconstrução de infraestruturas, em parceria com instituições internacionais.
“São pessoas que perderam os seus entes queridos, filhos, numa situação extremamente difícil. Não há forma de compensar a perda de vidas humanas, mas há-de melhorar. Vamos intervir de imediato para garantir que as famílias atingidas, muitas delas já em situação de pobreza, tenham o mínimo para assegurar a subsistência e reconstruir as suas vidas”, afirmou o governante, no Mindelo, durante uma visita às comunidades afetadas.
O chefe do Governo indicou que a prioridade é construir habitação para quem vivia em barracas ou em casas sem segurança estrutural. Segue-se a reabilitação de estradas e restantes vias, a recuperação de infraestruturas destruídas e o acompanhamento psicológico das populações.
Correia e Silva adiantou que equipas do Governo e da Câmara Municipal estão no terreno a avaliar os danos, criar condições para gerar rendimento, garantir alimentação, cuidados de saúde e para que as crianças regressem à escola no arranque do ano letivo, em setembro.
O primeiro-ministro disse já ter garantias de apoio de instituições como a União Europeia, Banco Mundial e a FIFA, esta última para a reconstrução de infraestruturas desportivas e apoio humanitário.
Sublinhou ainda que fenómenos como este estão a tornar-se mais frequentes devido às alterações climáticas, mas lembrou que moradores da ilha de São Vicente afirmam nunca ter visto algo semelhante.
Sobre a reposição de serviços básicos como a produção e distribuição de água e eletricidade, que têm sido suspensas desde a madrugada de segunda-feira, o administrador executivo da empresa pública Electra, Osvaldo Cruz, disse que a tempestade afetou toda a rede elétrica da ilha, inundando postos de transformação.
“Estamos a trabalhar sem parar. Já temos mais de 125 pontos restabelecidos e esperamos atingir 75% da capacidade até ao final do dia”, afirmou, acrescentando que há zonas onde a média tensão será reposta ainda hoje.
Quanto ao abastecimento de água, alertou que cerca de 83 mil pessoas dependem de um único centro de captação afetado pelas inundações.
Estão a ser feitas secagens e manutenções nos equipamentos, com abastecimento de emergência através de autotanques para hospitais e, posteriormente, para a população.
“Vamos ter água, mas não na quantidade normal, pelo que pedimos poupança”, disse.
Cabo Verde decretou hoje dois dias de luto nacional devido ás vítimas da tempestade que atingiu sobretudo São Vicente e Santo Antão.
Guiné-Bissau, Portugal e São Tomé e Príncipe já manifestaram solidariedade e enviaram condolências às famílias das vítimas.