Provavelmente não sabe que estes 5 serviços pertencem todos à mesma empresa

No universo das aplicações e plataformas que moldam o nosso quotidiano, é fácil assumir que cada uma pertence a um mundo diferente. Contudo, muitas das ferramentas mais influentes estão, discretamente, sob a alçada de uma única gigante tecnológica: a Microsoft.


Microsoft tem construído um império em várias áreas

Quando pensamos nas aplicações que definem o nosso dia a dia, surgem-nos vários nomes à mente. Há as ferramentas que usamos para trabalhar, as que nos mantêm ligados a amigos e família, e até os jogos que nos ajudam a relaxar.

Aparentemente, todas pertencem a diferentes cantos do mundo tecnológico, criadas por empresas distintas com objetivos distintos. E se, na verdade, muitas delas estivessem silenciosamente ligadas por um único fio condutor?

Esse fio condutor, neste caso, é a Microsoft. Embora a maioria das pessoas a associe ao Windows, Office ou Xbox, a empresa passou a última década a construir um império em áreas que não gritam imediatamente “Microsoft”.

1️⃣ LinkedIn: a rede profissional de eleição

O LinkedIn parece ser um ecossistema à parte. É onde os profissionais se conectam, os recrutadores procuram talento e as empresas apresentam a sua melhor imagem. Em 2016, a Microsoft adquiriu a plataforma na totalidade, num negócio avaliado em 26,2 mil milhões de dólares, tornando-se uma das maiores aquisições na história da tecnologia.

Apesar de estar sob a alçada da Microsoft, o LinkedIn manteve a sua identidade de marca e cultura praticamente intactas. Ao iniciar sessão, não vemos um logótipo gigante da Microsoft no topo da página. A experiência continua a ser “LinkedIn”.

Nos bastidores, no entanto, a Microsoft tem vindo a interligar subtilmente o seu ecossistema de produtos com o LinkedIn. Por exemplo, os utilizadores do Outlook que associam as suas contas podem ver informações do perfil do LinkedIn nos cartões de contacto, e no Microsoft Teams existem integrações que exibem dados de carreira, quando ativadas.

2️⃣ SwiftKey: teclado que provavelmente usa no seu telemóvel

O SwiftKey tem sido, desde há muito, uma das melhores aplicações de teclado disponíveis. Em 2016, também passou para as mãos da Microsoft. Embora pudesse parecer apenas mais uma compra de uma aplicação, o verdadeiro prémio era o seu inteligente motor de escrita preditiva.

O SwiftKey continua a existir como uma aplicação autónoma para Android, recebendo atualizações regulares. Contudo, a sua influência estende-se muito para além disso.

A Microsoft integrou a sua tecnologia de previsão de linguagem no seu ecossistema mais vasto. É possível ver vestígios desta tecnologia no teclado tátil do Windows, especialmente no modo tablet, bem como nas funcionalidades de correção automática e sugestão de texto.

3️⃣ GitHub: ferramenta da Microsoft direcionada para os programadores

Qualquer pessoa que já tenha explorado o mundo da programação ou simplesmente lido sobre onde os programadores armazenam e colaboram em software, já ouviu falar do GitHub. É o centro de projetos open-source e do trabalho em equipa entre programadores, alojando desde projetos pessoais a frameworks que alimentam a internet.

A Microsoft adquiriu o GitHub em 2018 por 7,5 mil milhões de dólares, uma decisão que gerou algum receio na comunidade de programadores. Historicamente, a Microsoft nem sempre foi bem recebida nos círculos de open-source, e muitos temiam que o GitHub perdesse a sua independência.

No entanto, o GitHub manteve grande parte da sua identidade e operações. Em vez de o sufocar, a Microsoft parece tê-lo usado como uma plataforma de lançamento para novas ideias, como o GitHub Copilot, o assistente de código com IA, e fortaleceu as suas ligações com serviços Azure e o Visual Studio.

4️⃣ Skype: o “original” das videochamadas

Antes de o Zoom dominar as reuniões, e antes de a Microsoft apostar tudo no Teams, existia o Skype. Durante os anos 2000 e início da década de 2010, o Skype era o principal meio para fazer videochamadas. A Microsoft comprou o Skype em 2011 por cerca de 8,5 mil milhões de dólares, numa aposta arrojada no futuro da comunicação.

Com o tempo, o brilho do Skype começou a desvanecer-se à medida que concorrentes como o Zoom ou o WhatsApp ganhavam terreno. Com a pandemia, a Microsoft concentrou todos os seus esforços no Teams como a plataforma central para trabalho, ensino e colaboração.

Hoje, o Skype já não possui o domínio de outrora, especialmente com a Microsoft a incentivar ativamente a migração dos utilizadores para o Teams. Ainda assim, o seu legado é inegável; foi o Skype que abriu o caminho e normalizou a comunicação por vídeo no nosso dia a dia.

Imagem Skype que adicionou fundos de ecrã

5️⃣ Call of Duty, Diablo e outros gigantes dos videojogos pertencem à Microsoft

Uma das jogadas mais impactantes no mundo dos videojogos foi a aquisição da Activision Blizzard pela Microsoft em 2023. Anunciado no início de 2022 e concluído em outubro de 2023, o negócio atingiu a impressionante marca de 68,7 mil milhões de dólares.

Esta aquisição trouxe muito mais do que apenas alguns títulos novos. A Microsoft ganhou o controlo de estúdios inteiros e de algumas das mais influentes franquias de jogos. Call of Duty, Overwatch, World of Warcraft, Diablo e até o viciante Candy Crush estão agora sob o seu teto.

Este foi um grande impulso para a Xbox e para a estratégia de jogos da Microsoft, tornando o Game Pass uma oferta muito mais competitiva e colocando a empresa numa posição mais forte para competir com a Sony e a Nintendo.

Um império vasto e surpreendentemente discreto

É surpreendente perceber que todas estas aplicações e serviços pertencem, na verdade, à mesma empresa. Esta é uma estratégia muito diferente da adotada por outras gigantes tecnológicas.

A Google e a Meta gostam de estampar a sua marca em quase tudo o que tocam. A Microsoft, por outro lado, frequentemente deixa as suas aquisições “respirar”, integrando-as onde faz sentido, sem apagar as suas identidades.

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