
“Esta decisão só irá agravar a crise humanitária e pôr ainda mais em risco a vida dos restantes reféns. Esta operação resultará num número inaceitavelmente elevado de mortos e na deslocação forçada de quase um milhão de civis palestinianos”, lê-se numa nota conjunta.
O ministro dos Negócios Estrangeiros Paulo Rangel e os homólogos de Espanha, Islândia, Luxemburgo, Irlanda, Eslovénia, Malta e Noruega condenaram este domingo, 10 de agosto, o plano de Israel para ocupar Gaza.
Numa nota conjunta publicada pelo Ministério português, os ministros “condenam veementemente o recente anúncio do Governo de Israel de intensificar a ocupação e a ofensiva militar, nomeadamente na cidade de Gaza”.
“Esta decisão só irá agravar a crise humanitária e pôr ainda mais em risco a vida dos restantes reféns. Esta operação resultará num número inaceitavelmente elevado de mortos e na deslocação forçada de quase um milhão de civis palestinianos”, lê-se na mesma publicação.
Os ministros rejeitam “categoricamente qualquer alteração demográfica ou territorial nos Territórios Palestinianos Ocupados”, alertando que essas ações “constituem uma violação flagrante do direito internacional e do direito humanitário internacional”.
“A intensificação da ofensiva militar e a ocupação da cidade de Gaza representam um importante obstáculo à implementação da solução de dois Estados, a única via para uma paz abrangente, justa e duradoura. A Faixa de Gaza deve ser parte integrante do Estado da Palestina, juntamente com a Cisjordânia, incluindo Jerusalém Oriental. O reconhecimento da Palestina e de Israel é a melhor garantia de segurança para ambos e assegurará a estabilidade de toda a região”, acrescentam.
Os governantes reiteram o apelo a um “acordo de cessar-fogo imediato e a uma cessação definitiva das hostilidades, à libertação imediata de todos os reféns detidos pelo Hamas e à entrada rápida, desimpedida e em grande escala de ajuda humanitária”, acrescentando que o “Hamas não pode desempenhar qualquer papel na futura governação e nas disposições de segurança em Gaza e tem de ser desarmado”.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, anunciou este domingo que Israel se prepara para lançar “muito em breve” uma ofensiva contra a cidade de Gaza.