
As vendas da Jerónimo Martins cresceram 6,7% para 17,4 mil milhões de euros no primeiro semestre do ano, com Portugal a representar menos de um quinto (18,4%) das receitas do grupo, mas a ver o Pingo Doce crescer faturação “alimentado”, pelo menos em parte, pela aposta na restauração dentro dos supermercados.
“O Pingo Doce prosseguiu a sua dinâmica comercial, bem reconhecida pelos consumidores, e continuou a conversão de lojas para o conceito All About Food, levando as vendas a crescer 5,7% com um forte LFL [Like-For-Like, indicador de vendas comparáveis] de 3,9% (excluindo combustível)” para 2,53 mil milhões de euros, diz o grupo.
A 30 de junho, a Jerónimo Martins tinha 492 supermercados Pingo Doce, tendo em curso um programa de remodelações que “deverá abranger cerca de 50 lojas em 2025”, ano em que espera inaugurar 10. O Comida Fresca, a marca de restauração do Pingo Doce, tornou-se a maior cadeia de restauração em Portugal em 2024, em número de localizações, com 237 restaurantes.
Já a cadeia de “cash & carry” Recheio teve vendas de 657 milhões de euros, 1,9% acima do primeiro semestre do ano anterior, com um LFL de 1,6%.
Na Polónia, maior mercado onde a Jerónimo Martins opera, as vendas da Biedronka, em euros, subiram 7,1% para 12,4 mil milhões de euros – um aumento de 0,9% LFL -, com a marca da “joaninha”, que cumpre 30 anos, a responder por 71% das receitas totais. Já a compatriota cadeia de saúde e bem-estar Hebe teve uma subida da faturação de 9,4% para 297 milhões de euros (+1,3% LFL).
Por fim, na Colômbia, a Ara subiu vendas em 7% (LFL de 5,3%) atingindo 1,5 mil milhões de euros entre janeiro e junho.
“O bom desempenho das vendas e o reforço da disciplina operacional e das medidas de aumento da produtividade permitiram proteger a rentabilidade num semestre que se antecipava difícil, devido à combinação do baixo nível de inflação nos nossos cabazes com a subida dos salários e à estagnação do consumo alimentar”, diz a Jerónimo Martins, que opera em Portugal, Polónia, Colômbia e, desde o início do ano, na Eslováquia.
Em comunicado, enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), o grupo liderado por Pedro Soares dos Santos reportou lucros de 269 milhões de euros, um aumento de 6,6% face ao período homólogo do ano passado, apesar da “incerteza global persistente” e de “um ambiente de consumo tímido”.
269Lucro
Jerónimo Martins fechou primeiro semestre com lucros de 269 milhões de euros, um aumento de 6,6% face ao período homólogo do ano passado.
O EBITDA (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) aumentou 10,3%, para 1,1 mil milhões de euros, com a respetiva margem a subir para 6,6% (contra 6,4% no primeiro semestre de 2024).
“Os primeiros seis meses de 2025 ficaram marcados por uma incerteza acentuada, impulsionada por turbulência na geopolítica global e instabilidade política nas principais economias europeias. Num ambiente que permanece volátil, prevemos que o comportamento do consumidor continue a pautar-se por prudência e contenção e que a dinâmica concorrencial dos mercados onde operamos se mantenha intensa“, diz Pedro Soares dos Santos, na mensagem que acompanha a apresentação dos resultados, mantendo essencialmente as perspetivas para 2025 enunciadas a 19 de março.