Apesar de o futuro não ser conhecido, há muitas teorias e, quando estas são partilhadas por mentes que pensam profundamente a tecnologia, importa conhecê-las. Recentemente, o chamado padrinho da Inteligência Artificial (IA) afirmou que a tecnologia irá criar um desemprego massivo, mas fazer disparar os lucros, conforme é esperado que aconteça num “sistema capitalista”.
Numa entrevista ao Financial Times, o ex-cientista da Google, Geoffrey Hinton, esclareceu os motivos que o levaram a deixar a gigante tecnológica, alertou para as potenciais ameaças da IA e revelou como utiliza a tecnologia. Teorizou, também, quem serão os vencedores e os perdedores.
O que vai realmente acontecer é que os ricos vão usar a IA para substituir os trabalhadores. Isso vai criar um desemprego massivo e um enorme aumento nos lucros. Vai tornar algumas pessoas muito mais ricas e a maioria das pessoas mais pobres. Isso não é culpa da IA, é culpa do sistema capitalista.
Disse o pioneiro cientista informático, cujo trabalho culminou num Prémio Nobel e no apelido de padrinho da IA, e cuja experiência tem resultado em alertas sobre a tecnologia.
Conforme referido pela Fortune, a quem o informático deu, também, uma entrevista, por enquanto, as demissões não aumentaram. Contudo, há cada vez mais evidências de que a IA está a reduzir as oportunidades, especialmente no nível básico, onde os recém-formados começam as suas carreiras.
Saúde poderá escapar à expansão da IA, mas ninguém sabe o que vai acontecer
Anteriormente, Geoffrey Hinton partilhou acreditar que a saúde será o único setor a salvo do potencial apocalipse dos empregos.
Se fosse possível tornar os médicos cinco vezes mais eficientes, todos nós poderíamos ter cinco vezes mais cuidados de saúde pelo mesmo preço.
Não há quase nenhum limite para a quantidade de cuidados de saúde que as pessoas podem receber — [os pacientes] querem sempre mais cuidados de saúde se não houver custo para isso.
Explicou, na série The Diary Of A CEO, no YouTube, em junho.
A par disso, Hinton acredita que os empregos que envolvem a execução de tarefas rotineiras serão substituídos pela IA, enquanto alguns empregos que exigem um alto nível de qualificação serão poupados.
Na sua opinião, os perigos da IA dividem-se em duas categorias: o risco que a própria tecnologia representa para o futuro da humanidade e as consequências de a IA ser manipulada por pessoas com más intenções.
Não sabemos o que vai acontecer, não temos ideia, e as pessoas que dizem o que vai acontecer estão apenas a ser tolas. Estamos num momento da história em que algo incrível está a acontecer, e pode ser incrivelmente bom, ou incrivelmente mau.
Conforme alertou, “podemos fazer suposições, mas as coisas não vão permanecer como estão”.
Leia também: