
Os principais índices do lado de lá do Atlântico fecharam a sessão em alta com o sentimento dos investidores a ser impulsionado pelos dados da inflação de julho nos Estados Unidos (EUA), que ficaram em linha com as expectativas do mercado e que reforçam as esperanças de um corte de juros pela Reserva Federal (Fed) em setembro.
O S&P 500 pulou 1,13% para os 6.445,76 pontos, atingindo um novo máximo histórico. Além do índice de referência, também o tecnológico Nasdaq Composite subiu para novos máximos, tendo valorizado 1,39% para 21.681,90 pontos. Já o Dow Jones ganhou 1,10% para 44.458,61 pontos.
O índice de preços no consumidor (IPC) “core”, que exclui os preços dos alimentos e energia, aumentou 0,3% em relação a junho, de acordo com dados divulgados esta terça-feira pelo Departamento de Estatísticas Laborais norte-americano. Já em termos anuais, acelerou para 3,1%, a subida mais acentuada em cinco meses, ainda que tenha ficado pouco acima das previsões do mercado de 3%.
Os mercados apontam agora para uma probabilidade de cerca de 90% de se assistir a uma flexibilização dos juros diretores já no próximo mês.
“A inflação está a aumentar, mas não tanto quanto algumas pessoas temiam”, disse à Bloomberg Ellen Zentner, da Morgan Stanley Wealth Management. “A curto prazo, os mercados provavelmente aceitarão esses números, pois devem permitir que a Fed se concentre na fraqueza do mercado de trabalho e mantenha em aberto a possibilidade de um corte nas taxas em setembro”, acrescentou a especialista.
Para as ações, um possível corte de juros em setembro contribui para a recuperação dos índices bolsistas que tem ocorrido desde abril, impulsionada pelo entusiasmo persistente em relação à inteligência artificial e pelos fortes lucros das empresas. “As ações podem continuar a subir, e será necessário um número de inflação muito maior — ou outro choque no mercado — para que uma correção comece”, defendeu Chris Zaccarelli, da Northlight Asset Management, citado pela agência de notícias financeira.
Os responsáveis do banco central norte-americano mantiveram as taxas de juro até agora este ano, na esperança de obter clareza sobre se a política comercial da Administração Trump levará a uma inflação sustentada.
Entre outros dados económicos, as receitas tarifárias dos EUA atingiram um novo recorde mensal em julho para os 28 mil milhões de dólares, um “salto” de 273% em termos homólogos, embora o aumento não tenha sido suficiente para impedir o aumento do défice orçamental mensal – apontando para os contínuos desafios orçamentais do governo federal norte-americano.
Entre as “big tech”, a Nvidia subiu 0,52%, a Alphabet somou 1,25%, a Microsoft ganhou 1,40%, a Meta valorizou 3,15%, a Apple avançou 1,09% e a Amazon avançou 0,077%.