S&P e Nasdaq renovam máximos “embalados” por acordos comerciais e resultados das cotadas

Os principais índices norte-americanos fecharam a semana em alta, com dois dos três principais índices a atingirem novos máximos, entre uma sólida época de resultados e esperanças de que sejam assinados mais acordos entre os Estados Unidos (EUA) e alguns dos seus principais parceiros comerciais, à medida que se aproxima a data de entrada em vigor das tarifas recíprocas.

O S&P 500 avançou 0,40% para os 6.388,64 pontos, o Nasdaq Composite somou 0,24% para 21.108,32 pontos e o Dow Jones ganhou 0,47% para 44.901,92 pontos.

Após meses de incerteza, os investidores estão agora a beneficiar de um aumento de confiança, impulsionado pelo facto de o Presidente norte-americano, Donald Trump, ter finalmente começado a fechar entendimentos com alguns dos principais parceiros comerciais dos EUA, e das Filipinas.

Nesta linha, , Ursula von der Leyen, também contribuíram para o avanço dos índices durante o dia. A líder do Executivo Comunitário disse que se deslocará à Escócia este fim de semana para se encontrar com Trump, altura em que deverão discutir um possível entendimento comercial.

“Já vimos um acordo com o Japão. Um acordo com a UE é necessário para que a recuperação das ações continue, na nossa opinião, mas não seria uma surpresa”, disse à Bloomberg Paul Christopher do Wells Fargo Investment Institute. “A única surpresa seria a ausência de acordo até 1 de agosto”, sublinhou.

O índice de referência chegou mesmo a somar ganhos em todas as sessões desta semana, à medida que se vai aproximando da marca dos 6.400 pontos. E embora a subida generalizada dos índices nos últimos dias tenha suscitado preocupações de que os preços das ações das cotadas poderão estar inflacionados, vários investidores consideram difícil apostar contra a tendência neste momento.

“Se se é um investidor estruturalmente ‘bearish’, as últimas semanas devem ter parecido um século”, afirmou à Bloomberg Florian Ielpo, da Lombard Odier Investment Managers. “Não só a maioria dos índices de ações está a avançar no que parece ser uma recuperação interminável, como as suas avaliações ultrapassam agora globalmente as do início do ano”, acrescenta o especialista.

O progresso nos acordos comerciais, os dados económicos positivos e a resiliência das empresas têm levado Wall Street a renovar sucessivos máximos históricos. À medida que prossegue a “earnings season”, mais de 80% das empresas do S&P 500 excederam as estimativas de lucros, de acordo com dados compilados pela Bloomberg Intelligence.

Entre os movimentos do mercado, a Intel destacou-se pela negativa. A tecnológica perdeu mais de 8% durante a sessão. . O fator que acabou por pesar mais foi a divulgação de que a empresa perdeu dez cêntimos por ação (earnings per share, EPS), quando a estimativa era de apenas um cêntimo.

Entre as “big tech”, a Nvidia cedeu 0,14%, a Alphabet ganhou 0,46%, a Amazon recuou 0,34%, a Microsoft subiu 0,55%, a Meta desvalorizou 0,30% e a Apple avançou 0,056%.