
O futebolista neerlandês Jeremiah St. Juste pediu hoje respeito ao bicampeão nacional Sporting por ter sabido pela imprensa da despromoção à equipa B ‘leonina’, da II Liga, já depois de ter estado perto da saída no mercado.
“Hoje, treinei feliz com os meus companheiros de equipa, mas, quando cheguei a casa, fui inundado de mensagens. Através da imprensa, li que tinha sido enviado para a equipa B. Descobri isso pelos jornais. Um pouco mais tarde, o meu irmão foi informado pela direção, que lhe disse que eu ficaria na equipa B ou, de outra forma, procuraria opções no Médio Oriente. Isto, apenas dias depois de me terem dito que compreendiam perfeitamente se eu ficasse e me concentrasse no nascimento da minha filha”, expôs o defesa central, nas redes sociais.
O presidente do Sporting, Frederico Varandas, confirmou hoje que St. Juste integrará os treinos da equipa B dos ‘leões’ a partir de quinta-feira, três dias depois do fecho na I Liga portuguesa da janela de transferências de verão, que permanece ativa em alguns países.
Em declarações aos jornalistas, o dirigente considerou que o neerlandês é o quinto central na hierarquia do treinador Rui Borges, que passou a utilizar em definitivo uma dupla no eixo defensivo em 2025/26, em vez do ‘3-4-3’ dos antecessores Ruben Amorim e João Pereira.
“Eu respeito o clube, o treinador e, acima de tudo, os adeptos. Peço apenas o mesmo respeito em troca. Vou dobrar-me, mas nunca quebrar. O verde e o branco bombeia nas minhas veias. Por isso, vou vestir a camisola da equipa B com orgulho”, frisou o jogador.
St. Juste, de 28 anos, ainda não jogou no arranque da quarta temporada ao serviço do Sporting e recebeu propostas dos espanhóis do Osasuna e dos alemães do Union Berlim para sair nas últimas semanas, mas continuou em Alvalade depois de avanços e recuos.
“No início da janela de transferências, foi-me dito pelo clube que não precisava de sair porque o treinador contava comigo esta temporada. Quando esta começou, subitamente não fui incluído no plantel. Ninguém, nem a equipa técnica nem a direção, falou comigo sobre isso. Em vez disso, fui ignorado. Ao mesmo tempo, os meus irmãos, que também são os meus agentes, foram contactados pelo clube a dizer que queriam vender-me devido ao meu contrato estar a expirar”, contou o defesa, vinculado até junho de 2026.
St. Juste viajou mesmo para Pamplona, sem que “as estruturas contratuais em torno de questões legais e fiscais” efetivassem a saída para o Osasuna, e quase rumou até Berlim.
“Com vários clubes alemães, cheguei a um acordo pessoal, mas o Sporting só aceitou os termos com o Union Berlim. Por uma semana, estive de malas feitas e pronto, à espera de ‘luz verde’ para voar. Dois dias antes do prazo, foi-me dito que um primeiro jogador tinha de ser vendido. Isso não aconteceu e a transferência colapsou”, partilhou, desmentindo que tenha rejeitado o contrato acordado com o emblema alemão por motivos financeiros.
Gorada a saída de Alvalade, St. Juste teve a sua “primeira conversa direta com a direção”, na qual explicou que “havia uma verdadeira oportunidade” de ficar em Lisboa, sobretudo por causa do nascimento da filha, sendo que a direção presidida por Frederico Varandas se terá mostrado disponível para manter o defesa central adquirido aos alemães do Mainz.
St. Juste conquistou dois campeonatos e uma Taça de Portugal pelo Sporting, num total de dois golos e uma assistência em 80 jogos, que foram intercalados por diversas lesões.
“Após um ano no Sporting, tive a opção de me juntar a um grande clube na Alemanha, mas o Sporting deixou claro que eu não estava para venda e manteve-me. Compreendi completamente isto e nunca criei problemas ou me portei mal por causa disso”, finalizou.