
Numa cimeira marcada por todas as dívidas e por todos os cenários, a primeira falha do protocolo previsto foi a supressão do encontro a sós entre os dois presidentes. Analistas dividem-se sobre a questão.
epa12303523 US President Donald Trump (R) welcomes Russian President Vladimir Putin during their meet to negotiate at Joint Base Elmendorf-Richardson in Anchorage, Alaska, USA, 15 August 2025. EPA/SERGEY BOBYLEV/SPUTNIK/KREMLIN POOL / POOL MANDATORY CREDIT
O encontro a sós previsto para a Cimeira do Alasca como sendo o primeiro momento do encontro entre os presidentes norte-americano, Donald Trump, e russo, Vladimir Putin, acabou por não acontecer, o que de imediato foi alvo de uma série de teorias: de um lado os que consideraram que são boas notícias: a diplomacia já teria feito o seu trabalho; do outro, os que dizem que é sintoma de que não há bases de contacto suficientes para que a cimeira chegue a bom termo.
Para todos os efeitos, os chefes da diplomacia de ambos os lados, Sergey Lavrov do lado russo e Marco Rubio do lado norte-americano, estiveram presentes no primeiro encontro privado entre os dois presidentes. Tudo isto depois de o início do encontro ter sido marcado por pompa e circunstância, além dos apertos de mão que pareciam caloroso. Também aqui, as opiniões dividem-se: a passadeira vermelha e os caças que sobrevoaram o local como se fossem uma espécie de guarda de honra foram considerados por um lado como uma imposição ‘imperial’ dos Estados Unidos ou alternativamente como uma forma de dar as boas-vindas formais a alguém considerado um igual.
A porta-voz da presidência norte-americana, Karoline Leavitt, disse aos jornalistas a bordo do avião Air Force One, que transportava Trump para o Alasca, que a reunião será alargada ao secretário de Estado, Marco Rubio, e ao enviado especial Steve Witcoff. O motivo da alteração em relação ao programa anunciado não foi oficialmente divulgado.
As delegações reunir-se-ão para almoço, que, da parte norte-americana, além de Rubio e Witcoff, prevê também as presenças dos secretários do Tesouro, Scott Bessent, do Comércio, Howard Lutnick, da Defesa, Pete Hegseth, e a chefe de gabinete do líder da Casa Branca, Susie Wiles. Por esta altura, e ao cabo de quase três horas de cimeira, o almoço deverá estar prestes a acontecer.
Donald Trump foi o primeiro a chegar à Base Aérea de Elmendorf-Richardson, nos arredores de Anchorage. Perto das 11h00 locais (20h00 em Lisboa), Putin desembarcou no mesmo local, para o seu regresso a um grande palco diplomático, após mais de três anos decorridos sobre a invasão russa da Ucrânia e da posterior emissão de um mandado de detenção do Tribunal Penal Internacional contra o líder do Kremlin. Recorde-se que os Estados Unidos não subscrevem as decisões do tribunal – ou seja, Putin não tinha nenhum motivo para temer pela sua liberdade! Depois disso, os presidentes trocaram um longo aperto de mão, depois de Donald Trump lhe bater palmas por três vezes, sobre um tapete vermelho e junto de uma guarda de honra e ainda de um palanque com a inscrição “Alasca 2025”, onde posaram para imagens.
Aeronaves militares B-2 e F-22, concebidas para se oporem à então União Soviética durante a Guerra Fria, sobrevoavam o local para assinalar o momento da chegada do líder russo. Outras fontes diziam que eram caças F-35, o que evidencia bem a vontade de todos os circundantes em capturar sinais no terreno. Enquanto cumprimentava calorosamente o presidente norte-americano, Vladimir Putin dirigiu-lhe algumas palavras enquanto ambos sorriam, antes de entrarem no mesmo carro e seguirem juntos para a cimeira. Cerca das 11h30 locais (20h30 em Lisboa), foi anunciado que a primeira reunião tinha começado.
Da parte russa, Putin é acompanhado pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, Sergei Lavrov, e pelo conselheiro diplomático presidencial Yuri Ushakov. As delegações reúnem-se depois para almoço, que, da parte norte-americana, além de Rubio e Witcoff, prevê também as presenças dos secretários do Tesouro, Scott Bessent, do Comércio, Howard Lutnick, da Defesa, Pete Hegseth, e a chefe de gabinete do líder da Casa Branca, Susie Wiles.