
A ação foi interposta num tribunal do sul do estado da Florida, acompanhada de cópias de três artigos publicados no ano passado pelo New York Times, entre 14 de setembro e 22 de outubro, no âmbito da campanha eleitoral presidencial.
Duas destas peças são assinadas pelos repórteres processados – Peter Baker, Russ Buettner e Susanne Craig – e a terceira apresenta uma jornalista cujo nome não consta da ação consultada pela EFE.
Buettner e Craig são também autores do livro “Lucky Loser: How Donald Trump Squandered His Father`s Fortune and Created the Illusion of Success” (“Perdedor com Sorte: Como Donald Trump Desperdiçou a Fortuna do Seu Pai e Criou a Ilusão do Sucesso”), publicado no ano passado pela Penguin Random House, que, segundo Trump, contém afirmações difamatórias.
As publicações recordam a ascensão mediática de Trump numa altura em que a sua popularidade estava longe do que é hoje, recordam a sua condenação por falsificação de registos comerciais, incluindo entrevistas com antigos aliados do atual Presidente que disseram que este se enquadrava na definição de fascista e que, se fosse reeleito, como veio a acontecer em 2024, poderia governar como um ditador.
Trump já tinha anunciado na noite de segunda-feira na rede Truth Social que iria processar o jornal, que classificou de “um dos piores e mais degenerados” da história do país.
O processo inclui ainda uma carta enviada ao The New York Times e à sua editora em nome de Trump, que afirma que chegaram ao fim os dias em que o título “era considerado o jornal de referência” e o acusa de ser agora “um porta-voz do Partido Democrata”.
“O Times tornou-se um dos mais descarados disseminadores de falsidades conhecidas, maliciosas e difamatórias contra o Presidente Donald J. Trump no atual panorama dos grandes meios de comunicação”, acrescenta.
A carta cita vários dos artigos alegadamente difamatórios contra o político republicano e acusa os repórteres de fazerem “alegações falsas, maliciosas e difamatórias”, incluindo a de que “Trump recebeu dinheiro do seu pai através de esquemas fraudulentos de evasão fiscal”.
Tanto o The New York Times, que alegou numa carta separada não ver fundamento para corrigir nenhum dos artigos, como a editora, que também nega qualquer difamação no seu livro, responderam em duas cartas refletidas na ação judicial.
O Presidente já tinha processado o The New York Times por artigos sobre as suas finanças e impostos, publicados pelo jornal em 2018, baseados em parte em documentos confidenciais.
No entanto, o juiz negou o pedido e ordenou que Trump pagasse 400 mil dólares ao jornal e a três dos seus jornalistas pelos honorários de advogado incorridos.