Trump impõe tarifa de 100% aos chips e abala a indústria tecnológica. Samsung sai beneficiada

Os EUA voltaram a lançar um ataque económico com impacto global. Uma nova tarifa de 100% sobre os chips importados promete abalar toda a indústria tecnológica, mas há quem já esteja a colher os frutos desta mudança estratégica.

Imagem de Trump a falar da nova tarifa


Nova ofensiva comercial dos EUA

O Presidente dos EUA, Donald Trump, voltou a agitar a geopolítica ao anunciar um novo pacote de tarifas sobre os semicondutores. A medida mais drástica é a aplicação de uma tarifa de 100% sobre a importação de chips, que afeta todas as empresas que não produzam em território norte-americano.

Segundo a CNBC, esta tarifa não se aplica às empresas que estejam a construir ou a expandir produção nos EUA. No entanto, ainda não foram definidos critérios específicos sobre quando uma fábrica é considerada elegível para a isenção.

Tim Cook esteve presente no anúncio e, logo de seguida, a Apple confirmou um reforço de 100 mil milhões de dólares no seu compromisso de investimento nos EUA até 2028.

Entre os parceiros da Apple nesta aposta estão empresas como Corning, Coherent, GlobalWafers, Applied Materials, Texas Instruments, Samsung, GlobalFoundries, Amkor e Broadcom.

Samsung sai a ganhar

Apesar de inicialmente visada, a sul-coreana Samsung revelou-se a grande vencedora. Apple anunciou que os sensores de imagem do iPhone 18 serão produzidos pela Samsung na fábrica de Austin, no Texas.

Este anúncio surge poucos dias após se conhecer um contrato semelhante com a Tesla, para a produção de chips de inteligência artificial também em solo americano.

Sony perde espaço

O acordo entre Apple e Samsung representa um duro golpe para a Sony, até agora fornecedora exclusiva dos sensores de câmara do iPhone. A razão é estratégica: a Sony não tem fábricas nos EUA, o que a torna vulnerável num contexto de políticas protecionistas.

A reação nos mercados foi imediata, com quedas acentuadas nas ações de empresas japonesas como a Tokyo Electron.

Sul-coreanas e TSMC escapam à penalização

Em contraste com o impacto no Japão, empresas como Samsung, SK Hynix e TSMC viram as suas ações subir.

As duas primeiras beneficiarão de isenção devido a investimentos consideráveis nos EUA e a acordos comerciais existentes.

A TSMC, por sua vez, já anunciou fábricas de grande escala no Arizona.

Afinal o plano de Trump está a resultar?

Estas novas tarifas não são apenas taxas alfandegárias, mas uma ferramenta clara de pressão para relocalizar a cadeia de produção de semicondutores nos EUA. Só as empresas com capacidade financeira para investir em solo americano poderão competir neste novo cenário.

Está em marcha uma nova era protecionista que poderá alterar profundamente o mapa da tecnologia mundial, especialmente no sector dos smartphones.

Apesar de arriscado, o plano de Trump poderá trazer para dentro dos EUA investimento não só das empresas americanas, mas sobretudo de terceiros envolvidos na produção para o mercado americano.