
O Presidente dos EUA, Donald Trump, escolheu o presidente do Conselho de Consultores Económicos da Casa Branca, Stephen Miran, para substituir Adriana Kugler no Conselho de Governadores da Reserva Federal (Fed).
“Tem estado comigo desde o início do meu segundo mandato, e a sua experiência no mundo da economia não tem paralelo – ele vai fazer um trabalho extraordinário”, escreveu Trump numa publicação na sua rede social.
Miran só vai ocupar o cargo durante o restante mandato de Kugler, que deveria terminar em janeiro, mas foi encurtado pelo pedido de demissão da responsável. “Entretanto, vamos continuar a procurar uma substituição permanente”, escreveu Trump.
Havia sinais de que Trump procuraria pressionar o atual presidente da Fed, Jerome Powell, de quem tem sido extremamente crítico, ao nomear já o seu substituto para o conselho até ao mandato de Powell terminar, em maio do próximo ano. A nomeação interina afasta esse cenário.
O novo governador tem sido crítico da atuação recente da Fed. “Nos últimos anos, o registo da Fed tem levantado dúvidas sobre se tem operado em linha com as melhores práticas de independência do banco central”, escreveu num estudo.
Miran também é visto como alinhado com a visão de Trump em termos de política monetária, defendendo que “há zero provas macroeconomicamente significativas de pressões de preços” causadas pelas tarifas de Trump sobre os parceiros comerciais.
O responsável também parece defender uma maior flexibilização das taxas de juro, tendo elogiado o futuro colega governador Christopher Waller por ter defendido um corte de 25 pontos base das taxas de juro na mais recente reunião da Fed, juntamente com a vice-presidente Michelle Bowman.
Ao integrar o Conselho de Governadores da Fed, Miran terá também direito de voto no Comité de Operações em Mercado Aberto (FOMC), que determina a política de taxas de juro do banco central norte-americano.
A nomeação terá de confirmada pelo Senado dos EUA, o que deverá acontecer apenas em setembro, pelo que não é certo que Miran participe na reunião de 16 e 17 desse mês, em que os mercados esperam o primeiro corte das taxas de juro deste ano.