
Depois de os relatórios da criação de emprego nos Estados Unidos (EUA) de maio e junho terem sido revistos esta sexta-feira, 1 de agosto, em forte baixa, o Presidente norte-americano, Donald Trump, disse que iria despedir Erika McEntarfer, comissária do Gabinete de Estatísticas Laborais dos EUA – entidade responsável por compilar e divulgar os dados do mercado laboral no país.
“Dei instruções à minha equipa para despedir esta nomeada política de Biden, IMEDIATAMENTE”, escreveu Trump nas redes sociais, acusando McEntarfer, sem provas, de politizar o relatório sobre o emprego.
“Ela será substituída por alguém muito mais competente e qualificado. Números importantes como este devem ser justos e precisos, não podem ser manipulados para fins políticos”, escreveu ainda o republicano.
As declarações do Presidente dos EUA chegam apenas horas depois de o relatório de emprego divulgado esta sexta-feira ter mostrado que a maior economia mundial criou 73 mil empregos em julho, um valor abaixo dos 104 mil antecipados pelos analistas. Mas o choque veio das fortes revisões dos dados anteriormente avançados para os dois meses anteriores.
A nova leitura da criação de emprego em maio passou dos 144 mil para 19 mil e os dados de junho caíram de 147 mil para 14 mil.
O cenário contraria a recente narrativa de que o mercado laboral norte-americano se mantinha resiliente, um dos argumentos usados pela Reserva Federal norte-americana (Fed) para manter as taxas diretoras nas suas últimas decisões de política monetária, numa altura em que Trump tem instigado e pressionado o banco central para que reduza as taxas.