
Os números mostram uma empresa saudável: um valor em bolsa de 3,46 biliões de dólares; receitas de 94 mil milhões de dólares entre abril e junho, uma subida homóloga de 10%; 46,4 milhões de iPhone vendidos no segundo trimestre do ano. E mesmo assim, a empresa tem enfrentado duras críticas, pois não tem conseguido acompanhar outras grandes tecnológicas em anúncios relevantes no setor da inteligência artificial (IA). Aliás, a empresa tinha prometido uma versão melhorada da assistente digital Siri e ainda não entregou, tendo adiado o lançamento para 2026 – algo que é pouco comum nas práticas da gigante de Cupertino.
Mas existe um plano em marcha para a Apple recuperar a “pujança”, revela a Bloomberg, e muito orientada para o setor da inteligência artificial.
Segundo as informações apuradas, a tecnológica liderada por Tim Cook pretende apostar num conjunto de novos equipamentos que, ao bom estilo da marca, deverão fundir hardware e software de forma otimizada para dar aos utilizadores experiências diferenciadas. Como?
Um dos novos produtos deverá ser um robô de mesa, algo que se deverá assemelhar a um iPad num braço robótico. Este equipamento será capaz de girar de forma automática mediante aquilo que está a acontecer à sua volta. Pode, por exemplo, virar-se para o utilizador que estiver a falar num determinado momento e acompanhar a deslocação da pessoa pela divisão da casa em que está. Este equipamento está a ser desenhado para ser usado maioritariamente num escritório ou na cozinha, locais onde as pessoas podem valorizar um assistente digital mais interativo. Este robô poderá ainda ser controlado remotamente através do iPhone.
Outra ideia passa pela criação de uma coluna de som com ecrã integrado e uma versão melhorada da Siri. A Bloomberg descreve a nova assistente como sendo capaz de intervir sozinha em conversas que os utilizadores estão a ter – por exemplo, duas pessoas falam sobre ir jantar fora e a Siri faz, de forma pro-ativa e “metediça”, sugestões de restaurantes. A ideia, escreve a agência noticiosa, é que a Siri se comporte mais como uma pessoa na sala.
Kevin Lynch, o executivo da Apple que supervisionou o lançamento da categoria dos relógios inteligentes (Apple Watch) e o projeto de carro autónomo da marca (nunca oficialmente confirmado, mas que já terá sido cancelado), é a pessoa à frente das novas empreitadas da tecnológica.
Para acompanhar estes lançamentos, a Apple estará também a preparar um novo sistema operativo, por agora apelidado de Charismatic (carismático, em tradução livre), sendo descrito como uma mistura das interfaces da Apple TV e do Apple Watch: poucos ícones e muita interatividade visual.
Mas ainda será preciso esperar para ver este plano em ação. O primeiro dispositivo, o da coluna com ecrã integrado, só deverá ser anunciado em 2026. Quanto ao iPad robótico, a Bloomberg fala num lançamento em 2027. A tecnológica não quis comentar as informações avançadas nesta quarta-feira.
Numa reunião com funcionários, realizada já em agosto, o presidente executivo da Apple, Tim Cook, considerou que a Apple “precisa de ganhar” na inteligência artificial e disse que a empresa está a preparar o lançamento de produtos “incríveis”. “Há muito para ver”, garantiu.