Vaticano surpreende com espetáculo de drones criado pelo irmão de Elon Musk

Uma noite que misturou fé, tecnologia e música deixou 80 mil pessoas boquiabertas na Praça de São Pedro. Mais de 3.000 drones iluminaram o céu do Vaticano para dar vida a obras-primas de Miguel Ângelo e ao rosto do papa Francisco. O inesperado protagonista por trás desta encenação foi Kimbal Musk, irmão de Elon, que levou até ao coração da Igreja Católica um espetáculo futurista com assinatura própria.


Na noite de sábado, mais de 3.000 drones iluminaram o céu do Vaticano para recriar as obras mais conhecidas de Miguel Ângelo ou o rosto afável do papa Francisco. Mas a verdadeira surpresa estava por trás do espetáculo: o responsável era Kimbal Musk, irmão de Elon, que teve a ideia durante um festival no deserto do Nevada.

Como encerramento do Encontro Mundial sobre a Fraternidade Humana, o Vaticano organizou o evento Grace for the World, que contou com estrelas como Pharrell Williams, John Legend e Andrea Bocelli, que chegou a cantar em dueto com Karol G.

O mais comentado da noite, para além desse inesperado dueto, foi o voo sincronizado dos 3.000 drones sobre a basílica de São Pedro perante 80.000 espetadores.

Ao som da música, os drones recriaram em pontos de luz A Criação de Adão, pintada por Miguel Ângelo na Capela Sistina, e a Pietá do Vaticano, esculpida em mármore há 500 anos.

O Caminho de Kimbal Musk

A empresa responsável pelo espetáculo tem como CEO e fundador um nome inconfundível: Kimbal Musk. Como acabou o irmão do magnata que sonha levar-nos a Marte, e que afirma ter ouvido a voz de Deus após consumir ayahuasca, a organizar um espetáculo de luzes para a Santa Sé?

A resposta remonta a 2022, quando Kimbal fundou a Nova Sky Stories ao adquirir a Intel Drone Light Shows. A ideia tinha surgido um ano antes, no festival Free Burn, que substituiu o Burning Man durante a pandemia.

Nesse evento, o artista Ralph Nauta usou drones para recriar no céu a figura que tradicionalmente é queimada no Burning Man. O que Kimbal presenciou, segundo as suas próprias palavras, “mudou-lhe a vida”.

Imagem de Kimbal Musk, irmão de Elon Musk

Convencido do potencial dos drones não apenas como substituto dos fogos de artifício, mas como uma nova forma de criar arte em grande escala, Kimbal aproximou-se do Vaticano no início de 2024, quando o papa Francisco ainda vivia.

Após o falecimento do pontífice, o novo papa Leão XIV deu a sua bênção para prosseguir com o evento.

Tecnologia de Nova Geração

Tal como acontece com as empresas de Elon Musk, a Nova Sky Stories orgulha-se de um ecossistema totalmente vertical: desenham e fabricam os seus próprios drones, desenvolvem todo o software e firmware internamente. Isso dá-lhes uma agilidade e uma capacidade de resolução de problemas que, segundo a própria empresa, é única no setor.

No Vaticano, voaram apenas 3.000 drones em simultâneo, mas a companhia possui mais de 9.000. Cada unidade pesa 340 gramas e é capaz de emitir luz com profundidade de cor de 24 bits. Para a navegação, utilizam tecnologia de posicionamento por satélite Real-Time Kinematics, que corrige os dados de GPS em tempo real com precisão de centímetros.

Num espetáculo longo como o do Vaticano, os drones estão programados para regressar às suas bases de carga, recarregar e ser substituídos por outros em voo, tudo de forma impercetível para o público. Se um drone se desvia da rota, tenta primeiro regressar à posição, depois à base e, em último recurso, desliga o motor para cair ao solo.

Uma Tendência Global

O evento do Vaticano confirma uma tendência crescente: os drones estão a substituir ou a complementar os fogos de artifício em grandes eventos por todo o mundo. Dos megashows na China às versões mais modestas um pouco por todo o mundo, estes espetáculos ganham cada vez mais espaço. São seguros, silenciosos e reutilizáveis.

Mas para Kimbal Musk o objetivo vai muito além da simples substituição: “Não idolatro a tecnologia. Idolatro o resultado”.