
A cacofonia estridente não passa despercebida a ninguém e arrasta-nos o olhar: um bando de periquitos-de-colar acaba de passar por cima da nossa cabeça e juntou-se, talvez para pôr a conversa em dia, lá nos píncaros dos postes de iluminação. Cá em baixo, na relva tratada ou nos espaços livres à volta, uma família de perdizes partilha território com os bandos de estorninhos e outra passarada de menores dimensões, todos eles atormentados pelo assédio irritante dos corvos, espécie de “bullies” hiperativos que só respeitam mesmo os coelhos que por ali circulam. Estamos na Cidade do Futebol, em Oeiras, mas o cenário podia ser o de outras zonas verdes da Grande Lisboa. Não é preciso muito para nos apercebermos do mundo selvagem que partilha connosco a paisagem urbana.