
Os trabalhadores do serviço de “handling” dos aeroportos portugueses iniciaram esta sexta-feira, 25 de julho, o primeiro fim de semana de greve, que se irá arrastar até ao fim de agosto. As greves foram convocadas pelo Sindicato das Indústrias Metalúrgicas e Afins (SIMA) e pelo Sindicato dos Transportes (ST), com o primeiro a garantir que os efeitos já se fazem sentir.
Ainda sem dados concretos, neste que é o arranque da primeira de cinco greves, Carlos Araújo do SIMA diz ao Negócios que “a adesão está a causar muitos atrasos e que, para já, seis voos foram cancelados em Lisboa”. Contactada, não foi possível obter qualquer informação por parte da concessionária ANA Aeroportos.
O responsável admite que, com a greve a afetar o funcionamento de vários voos em todos os aeroportos nacionais, não estão a ser cumpridos os controlos de bagagem de mão. “Hoje não há limites à bagagem de mão e não há ‘cross check’ [dupla verificação] de identificação nas portas de embarque“, o que está a permitir com que a gestora aeroportuária mostre “normalidade”, embora isso signifique “um corte na segurança”.
Sem números oficiais da adesão à paralisação, Carlos Araújo assegura que “o quadro de voos não reflete todos os atrasos” provocados pela falta de trabalhadores em serviço na antiga Groundforce.
Entre as principais reivindicações dos trabalhadores da SPdH/Menzies (antiga Groundforce) está o fim de salários base abaixo do salário mínimo nacional, aumentos salariais e o pagamento de horas noturnas, bem como a manutenção do acesso ao parque de estacionamento nas anteriores condições.
Em entrevista à Lusa, o delegado sindical lembrou que esteve marcada uma greve para o período da Páscoa, que acabou por ser desconvocada após uma promessa de avanço nas negociações na Direção-Geral do Emprego e das Relações de Trabalho (DGERT). Não tendo sido cumprida, os sindicatos avançaram agora para uma nova paralisação.
A greve vai voltar a sentir-se de 8 a 11 de agosto, 15 a 18 de agosto, 22 a 25 de agosto e de 29 de agosto a 1 de setembro.
Contudo, há serviços mínimos que têm de ser garantidos, nomeadamente voos de emergência ou voos-ambulância, voos militares e de Estado, sejam portugueses ou estrangeiros, voos que estavam estacionados em cidades europeias e as ligações às ilhas, como Lisboa a Ponta Delgada, Terceira e Funchal e do Porto à Madeira e Ponta Delgada.