Wall Street recua com pressão das farmacêuticas. S&P 500 e Nasdaq com mês positivo

As bolsas do outro lado do Atlântico encerraram em baixa, invertendo os ganhos da abertura, quando estavam a ser impulsionadas pelo bom desempenho das tecnológicas. A pressão sobre as “big pharma” contribuiu para este movimento de perdas – e a aceleração de um indicador da inflação nos EUA também não ajudou.

O índice industrial Dow Jones encerrou a ceder 0,74%, para se fixar nos 44.130,98 pontos. Já o Standard & Poor’s 500 recuou 0,41%, para 6.336,84 , ao passo que o tecnológico Nasdaq Composite desvalorizou 0,03% para 21.122,45 pontos.

No arranque desta última sessão de julho, a tendência positiva devia-se sobretudo à expectativa de mais acordos comerciais com os EUA, já que o presidente norte-americano, Donald Trump, ameaçou impor as chamadas “tarifas recíprocas” aos países com os quais não chegasse a acordo.

Durante o dia, foi sobretudo o setor tecnológico que mais animou Wall Street. As contas da Microsoft e da Meta, apresentadas ontem, foram recebidos pelos investidores com otimismo, sobretudo no que toca ao investimento das empresas em inteligência artificial. 

A confiança na Microsoft foi tal que a empresa de software ascendeu nesta quinta-feira ao clube de “4 trillion-dollar baby”, onde já se encontrava a Nvidia. A cotada não conseguiu manter essa capitalização bolsista, por ter entretanto reduzido os ganhos de mais de 5% para perto de 4% – mas continua perto (nos 3,96 biliões de dólares de “market cap”).

Já a Meta disparou mais de 11%, com o seu valor de mercado a rondar os dois biliões de dólares.

No plano económico, o indicador preferido da Fed para a inflação – o índice de preços das despesas pessoais de consumo (PCE) – acelerou em junho. O “core” PCE aumentou 0,3% em relação a maio e 2,8% em termos homólogos, o que não ajudou ao sentimento dos investidores.

No entanto, ao final do dia soube-se que Donald Trump enviou cartas a 17 das maiores farmacêuticas mundiais (nomeadamente a Eli Lilly, Novo Nordisk e Pfizer), instando-as a baixar os preços dos seus medicamentos nos Estados Unidos – o que levou a um maior abanão na tendência da sessão.

No acumulado do mês, o Dow foi o único dos principais índices com saldo negativo, ao ceder 0,82%. Já o S&P 500 ganhou 2,28% e o Nasdaq valorizou mais de 3%. No cômputo do ano, todos sobem.