
Os principais índices norte-americanos fecharam mais uma sessão no verde, numa semana que tem sido marcada por sucessivos recordes, à medida que os investidores continuam a reforçar posições nos ativos de risco, dando como quase certo um corte de juros pela Reserva Federal (Fed) em setembro.
O S&P 500 somou 0,32% para os 6.466,64 pontos, atingindo um novo máximo de fecho. Além do índice de referência, também o tecnológico Nasdaq Composite subiu para novos recordes de fecho, tendo valorizado 0,14% para 21.713,14 pontos. Já o Dow Jones pulou 1,04% para 44.922,27 pontos.
Durante o dia, as expectativas de que o banco central dos Estados Unidos (EUA) venha a flexibilizar as taxas diretoras pela primeira vez este ano no próximo mês foram reforçadas pelas declarações do secretário do Tesouro norte-americano, Scott Bessent. O membro da Administração Trump disse, em entrevista à Bloomberg TV, que “podemos entrar numa série de cortes nas taxas, começando com um corte de 50 pontos base em setembro”.
Nesta linha, analistas apontam agora para uma probabilidade de cerca de 95% de um corte de um quarto de ponto (25 pontos-base) nos juros diretores no próximo mês, acima dos cerca de 80% antes dos dados de inflação de julho terem sido divulgados esta terça-feira.
“À medida que o mercado continua a digerir a mudança na trajetória da economia real após a combinação dos dados de inflação e emprego de julho, é intuitivo que a questão se torne: qual deve ser a magnitude do corte que Powell deve fazer?”, disse à agência de notícias financeiras Ian Lyngen, da BMO Capital Markets. “Não esperamos um movimento de 50 pontos base, embora certamente vejamos espaço para uma probabilidade significativa de que isso seja incorporado nos preços rnas próximas semanas”, acrescentou o mesmo especialista.
A próxima reunião da Fed está marcada para os dias 16 e 17 de setembro e os mercados aguardam com expectativa se a pressão combinada da Casa Branca e de membros do próprio Governo, como Bessent, resultará numa mudança mais agressiva na política monetária norte-americana.
E enquanto os principais índices recuperam dos mínimos de abril, a volatilidade que tem caracterizado grande parte da negociação deste ano diminuiu, com o Índice de Volatilidade Cboe — conhecido como o “índice do medo” de Wall Street — a cair para o seu nível mais baixo desde dezembro.
Entre os movimentos do mercado, a “startup” CoreWeave, uma das empresas com melhor desempenho no mercado este ano devido ao “boom” da inteligência artificial (IA), cedeu mais de 20%. Isto depois de a tecnológica ter apresentado uma previsão de lucros que ficou abaixo das expectativas.
Já a operadora de criptomoedas Bullish estreou-se esta quarta-feira em Nova Iorque, após uma oferta pública inicial (IPO, na sigla em inglês) na qual captou 1,1 mil milhões de dólares. A empresa fechou o seu primeiro dia de negociação em bolsa a valorizar mais de 95%, numa altura em que várias empresas cripto se preparam para seguir o mesmo caminho.
Entre as “big tech”, a Nvidia perdeu 0,85%, a Alphabet caiu 0,55%, a Microsoft desvalorizou 1,64%, a Meta caiu 1,26%, a Apple subiu 1,60% e a Amazon avançou 1,39%.